SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo de Nicolás Maduro anunciou nesta quinta-feira (27) a proibição de manifestações na Venezuela a partir desta sexta até a próxima terça por ocasião da eleição para a Assembleia Constituinte, marcada para o domingo (30).
“Estão proibidas em todo o território nacional as reuniões e manifestações públicas, concentrações de pessoas e qualquer outro ato similar que possa perturbar ou afetar a normalidade do processo eleitoral”, afirmou Néstor Reverol, ministro do Interior, Justiça e Paz.
O ministro também disse que quem organizar ou incitar protestos será preso e estará sujeito a pena de cinco a dez anos de prisão.
A oposição, que pretende boicotar a eleição para a Assembleia Constituinte, já havia convocado marchas para sexta-feira e anunciou que pretende manter os protestos em diferentes cidades do país.
Nesta quinta-feira, segundo dia da greve geral de 48 horas convocada pelos adversários de Maduro, houve bloqueios de vias em diferentes partes do país e confrontos entre manifestantes e as forças de segurança.
O jornal “El Nacional” informou que membros de milícias chavistas, conhecidas como “coletivos”, dispararam contra manifestantes em Prados del Este, na periferia de Caracas. Não está claro se a ação deixou vítimas.
Na véspera, foram registradas três mortes em manifestações pelo país. A adesão à greve geral foi parcial, sendo predominante em empresas privadas e em redutos da oposição.
COMÍCIO
Também nesta quinta, simpatizantes de Maduro participaram de um comício no centro de Caracas de encerramento da campanha para a Assembleia Constituinte.
No evento, o mandatário propôs a convocação de um diálogo com a oposição antes da instalação da Assembleia Constituinte. Ele não deixou claro, porém, se estaria disposto a abrir mão de mudar a Carta do país.
“A batalha hoje não é com fuzis, com espadas. Vamos ganhar a batalha com milhões de votos de um povo patriota disposto a dar tudo pela paz”, discursou o mandatário.
O líder chavista convocou a Assembleia Constituinte em maio dizendo se tratar de uma saída para a crise institucional no país. A oposição, porém, acusa o governante de querer mudar a Constituição para consolidar seu poder apesar de sua baixa popularidade.
Desde abril, uma onda de saques e protestos deixou mais de 100 mortos no país.