Rodolfo Luis Kowalski
Desde o começo de julho, municípios de estados como São Paulo, Pará e Acre registraram surtos de conjuntivite, doença causada pelo enterovírus 70 e que tem altra transmissibilidade. Em Curitiba, a situação é bem menos preocupantes, considerada dentro da normalidade. Ainda assim, é alto o número de notificações da doença, que tem seu auge no inverno.
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em 2017 Curitiba registra uma média de 52 atendimentos por dia relacionados à conjuntivite. Nos seis primeiros meses foram 9.467 atendimentos, enquanto no mesmo período de 2016 haviam sido 9.628 atendimentos. Tudo dentro da normalidade, explica a pasta, apontando não ter havido nenhum surto no número de ocorrências na cidade.
Não observamos surto em Curitiba e nem tampouco tendência de aumento ou diminuição nos casos, explicou a Secretaria, explicando ainda que o levantamento de dados foi realizado através da ferramenta no prontuário eletrônico do SUS Curitiba (e-saude), uma vez que a doença não é de notificação compulsória (obrigatória).
partamento sobre Drogas e Defesa Civil.
Ainda assim, os curitibanos devem estar atentos. Além do número de casos no primeiro semestre, o tempo seco do inverno facilitam a transmissão, que se dá por meio do contato direto com secreções oculares de uma pessoa infectada ou, de maneira indireta, por meio de superfícies, instrumentos ou soluções contaminadas.

Os tipos de conjuntivite

São três os tipos de conjuntivite — viral, bacteriana e alérgica. A alérgica costuma estar associada à rinite, comum em criança, e não é contagiosa – embora os olhos cocem muito

Já a bacteriana costuma ter uma duração mais curta quando tratada. A infecção pode ser resultado do uso abusivo de lentes de contato e há o risco de se transformar numa úlcera de córnea. Nesse caso, a dor é constante e os olhos apresentam uma secreção cinza-amarelada

No inverno, contudo, o tipo mais comum da doença é o viral, que pode surgir na sequência de uma gripe ou resfriado. A doença passa em uma ou duas semanas sem necessidade de antibióticos, mas é altamente contagiosa e sua propagação ocorre por meio de contato físico com pessoas infectadas ou com objetos de uso comum

Como se prevenir da doença

Para evitar pegar ou disseminar a doença, é importante que a população tome alguns cuidados. O primeiro, naturalmente, é buscar assistência médica tão logo surjam sinais e sintomas de conjuntivite, evitando a automedicação. Lavar frequentemente a mão, não compartilhar toalhas, lenços, maquiagem para olhos e soluções oftálmicas, além de outros medicamentos de uso ocular, também é importante. Por fim, deve se trocar as fronhas dos travesseiros diariamente e também aumentar o consumo de líquidos.
Os principais sintomas da conjuntivite são os olhos avermelhadores, lacrimejantes, pálpebras inchadas, ardência e aversão à luz. O período médio da doença é de 15 dias e o tratamentop deve ser feito de acordo com o tipo de conjuntivite, que pode ser viral, bacteriana ou alérgica. Por isso, é essencial procurar um especialista (oftalmologista) que pode avaliar e indicar o melhor tratamento para o paciente.
É frequente, por exemplo, a transmissão hospitalar, em escolas e creches, bem como a disseminação secundária, no núcleo familiar.