Alguns homens sofrem com distúrbios sexuais, a ejaculação precoce e disfunção erétil são os mais comuns. Mas, o que muitos sequer tem noção de que seja um problema, como a demora excessiva ou até mesmo a ausência de ejaculação também é um distúrbio chamado de anejaculação. Alguns homens sofrem dessa disfunção e nem fazem ideia de que precisam de tratamento. 

Neste caso, o indivíduo que apresenta o distúrbio não consegue chegar a ejaculação. Por ser um tema pouco discutido, a especialista em sexualidade explica causas do problema e tratamentos.

A fisioterapeuta e sexóloga Fabiane Dell’Antônio comenta que a anejaculação é a dificuldade ou ausência total da ejaculação, mas a sensação do orgasmo é preservada. “As principais causas que levam homens a desenvolverem essa disfunção são fatores emocionais, como não ejacular para não provocar a gravidez, insegurança, estresse e ansiedade”, enumera.

Outros fatores que podem contribuir para o problema são mMedicamentos, alterações hormonais, uso excessivo de drogas e lesões de nervos após cirurgias pélvicas, como por exemplo, alguns casos pós-operatórios de problemas intestinais, na bexiga ou na próstata.

Devido à anejaculação, alguns homens também adquirem disfunção erétil por sentirem a falta de algo e que estão com problemas sexuais. “O homem deve buscar ajuda com médico urologista para diagnosticar a causa, conversar com a parceira ou parceiro e realizar outros tratamentos, caso necessário”, completa especialista.

A anejaculação atinge uma faixa etária ampla. Alguns casos manifestam-se desde o início da vida sexual e outros em homens mais velhos que realizaram a cirurgia de retirada da próstata. A especialista explica que o tratamento para a disfunção depende da causa do problema, a saúde geral do homem, idade e estado emocional. “Já em casos após retirada de próstata não tem tratamento”.

 

Dicas para enfrentar a anejaculação

Causas da anejaculação
1 – Medicamentos
Uso de medicamentos que relaxam o colo da bexiga para tratamento de distúrbios urinários, antidepressivos, distúrbios homonais, lesões do nervo da medula e lesões dos nervos da pélve
2- Drogas
Uso excessivo de drogas
3-Cirurgias
Efeito colateral de certos tipos de cirurgias pélvicas. Quando as vias nervosas responsáveis pela ejaculação sejam lesadas, ou ainda após cirurgias da próstata, em que a ejaculação ocorre na direção inversa (retrógrada), ou seja, o esperma vai para dentro da bexiga em vez de exteriorizar-se através da uretra
4 -Emocionais

Estresse, ansiedade, medo e insegurança

Como resolver o problema
1 – Buscar ajuda
Incentivar o parceiro a procurar tratamento médico com o urologista para diagnosticar a disfunção na ejaculação e descobrir a causa
2 – Desejo
Compreender que o orgasmo e desejo podem continuar normalmente
3 – Diálogo
Dialogar sobre a vida sexual do casal
4 – Terapia
Procurar tratamento com psicólogo e fisioterapeuta quando necessário, visto que afeta o emocional e aspectos anatômicos
5 – Criatividade
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Diálogo é fundamental

As consequências da anejaculação para o homem são apenas psicogênicas, sem qualquer efeito para o organismo, segundo a fisioterapeuta e sexóloga Fabiane Dell” Antônio. Os pacientes e também seus parceiros se preocupam quando não há ejaculação, pois mesmo que exista na relação sexual, fica a sensação de algo inacabado.

Isso pode causar uma série de problemas psicológicos e até mesmo desencadear disfunção erétil nos homens que possuem a condição. Por isso é importante procurar ajuda médica. Além disso, em momentos como esse, a especialista alerta sobre a importância de dialogar com a parceira, pois é ainda mais importante para que o casal entenda o que é a anejaculação e o que está causando-a.

Quando a origem do problema é uma cirurgia devido ao câncer de próstata, por exemplo, não existe tratamento, pois algumas alterações anatômicas decorrentes são irreversíveis. Nos casos em que a origem é medicamentosa, apenas a suspensão do medicamento já faz o paciente voltar a ejacular normalmente. O mesmo vale para o uso de drogas e álcool.
Fabiane tranquiliza casais que sofrem com esse distúrbio. “É necessário compreender a causa e esta situação, ter diálogo entre o casal, inovar nas práticas sexuais e ter consciência que não ejacular não interfere na masculinidade e prazer do homem”, diz. O diálogo é também fundamental para não afetar a autoestima do parceiro na relação.