O líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, deputado Tadeu Veneri (PT), disse ontem que a proposta do governo do Estado que institui o pagamento de diárias a policiais militares que trabalharem durante os horários de folga representa, na prática, a legalização do bico para os Pms. O governo está autorizando os policiais a venderem seus horários de folga, o que na prática significa a legalização do bico. O motivo deste projeto é que, ao invés de contratar mais policiais por meio dos concursos, o governo quer fazer com que a corporação atual seja responsável por atender a demanda cada vez maior na área da segurança pública, criticou.

Urgência
Segundo o parlamentar, com a justificativa de gerar economia para os cofres públicos, o governo está comprometendo a qualidade dos serviços. A proposta certamente vai prejudicar a qualidade dos serviços, uma vez que para desempenharem bem suas funções os policiais precisam de um tempo de descanso, disse. A proposta faz parte do novo pacote de ajuste fiscal apresentado pelo governo Richa, que começou a tramitar ontem. No total, são 15 projetos, sendo 5 propostas que alteram a estrutura da administração pública e outras 10 matérias que prevêem a doação de imóveis do Poder Executivo. Todos os projetos estão em regime de urgência.

Segunda sem carne
Protocolado na semana passada, o projeto que pretende instituir a campanha internacional Segunda sem carne na rede municipal de ensino repercutiu ontem da Câmara de Curitiba. O vereador Goura (PDT), que assina a proposta com Fabiane Rosa (PSDC) e Katia Dittrich (SD), abriu a discussão. Recebemos diversas mensagens de professores e diretores de escolas e CMEIs falando da situação calamitosa das refeições servidas, o que suscitou um debate muito mais amplo, afirmou.

Vegetariano
O vereador argumentou que a campanha pretende substituir, uma vez por semana, a proteína animal pela vegetal e tem o apoio da ONU (leia mais). 18% das emissões do efeito estufa são causadas pela pecuária, citou. Minha filha é vegetariana e neste segundo semestre está matriculada na rede municipal. Já temos alguns avanços. O aluno, por requerimento, pode ter a opção de uma dieta vegetariana. Ainda não veio para ela o requerimento, demora um pouquinho, disse.

Realidade
Em seguida, Mestre Pop (PSC) foi à tribuna e discordou da iniciativa. O projeto não condiz com a realidade da nossa Curitiba. Ao retirar a carne da dieta escolar uma vez por semana, estaríamos privando as crianças de um direito que o Município oferece a elas. Para ele, muitas crianças carentes têm como estímulo maior de ir à escola a alimentação. Felipe Braga Côrtes (PSD) também disse ser contrário à proposta. Não vejo como razoável obrigar a escola a não oferecer carne, substituir por alimento vegetal, soja ou outro. Ao se fazer uma lei para não poder ter carne se tira o direito daquele que quer comer, opinou. Líder do prefeito na Casa, Pier Petruzziello (PTB) avaliou que não há como o legislador impor uma situação como esta, de vai comer isto, não vai comer aquilo.

Cerveja
Os vereadores aprovaram ontem, por 25 votos a dois, projeto que autoriza o patrocínio do carnaval por empresas produtoras e distribuidoras de bebidas, especialmente cervejarias. Com o patrocínio privado, o dinheiro público que seria destinado ao carnaval poderia ser investido em outras prioridades, como creches, por exemplo, defendeu o vereador Beto Moraes (PSDB), autor da proposta. Julieta Reis (DEM) lembrou que muitos não apreciam o carnaval curitibano, mas nós não concordamos com isso, afirmou ela. Carnaval além de ser cultura popular gera emprego, renda.