SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com exceção dos roubos de carga, todos os crimes patrimoniais recuaram no Estado de São Paulo no mês de julho deste ano, em comparação ao mesmo mês de 2016. Houve queda nos roubos a banco (57%), de veículos (14%) e em geral (6%), assim como os tipos de furtos (em geral, queda de 2%, e de veículos -redução de 10%). Um desempenho que, para o secretário da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, é visto pelo governo paulista com “satisfação”.

Otimismo que contaminou a opinião do secretário até sobre dos dados de roubos de carga que em julho completou o 14º aumento seguido. Para o secretário, só o fato de esse crime ter sido em julho, em números absolutos, menores do que os anotados em junho, já é um indicativo.

“O que a gente está verificando é que a gente está conseguindo diminuir, um pouco, esse crime que realmente vem de uma sequência grandes de aumentos”, disse.

Estaticamente, essa comparação não pode ser feita, como o próprio Mágino ressaltou na entrevista, porque se tratam de períodos diferentes. Um mês de férias como julho, com suas especificidades, não pode ser comparado com outro mês do ano. No cargo desde maio do ano passado, Mágino teve dificuldades para responder a alguns questionamentos na entrevista desta sexta-feira. Primeiro, ele não deixou claro os motivos pelos quais o o Estado de São Paulo não consegue reduzir os crimes patrimoniais assim como faz crimes de homicídios.

Disse que homicídios foram reduzidos graças à política de desarmamento exitosa no Estado, aliada a um trabalho de “saturação” desempenhado pelas polícias. “Os crimes patrimoniais são mais difusos”, resumiu.

O secretário também não conseguiu apontar qual é principal política de segurança implantada em sua gestão. Afirmou apenas que, como gestor, trabalha para elevar os efetivos da polícia. Também questionado ao falar sobre emprego de policiamento ostensivo, Mágino não soube responder a quantidade de PMs que trabalham atualmente nas ruas e no serviço administrativo.

“Eu não tenho esse número de cabeça”, afirmou. Em 2011, o TCE apontou 23,3 mil homens no serviço interno, de um efetivo total em torno de 90 mil policiais.

“Eu acompanho o efetivo que estão nas ruas diariamente no combate à criminalidade”, resumiu o secretário. Ele também respondeu sobre afirmações feitas pelo delegado-seccional centro, Marco Antonio de Paula Santos, que, entrevista à Folha, atribuiu às vítimas parte da culpa pela elevação dos crimes patrimoniais. “Obviamente que não é responsabilidade da vítima”, disse. “Todos os cuidados básicos nós devemos cuidar. Mas a vítima já sofreu o impacto do perdimento do seu bem, às vezes com uma agressão, às vezes com uma ameaça. É lógico que não é razoável atribuir a ela responsabilidade.”