SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O exército libanês iniciou neste sábado (19) uma ofensiva militar para expulsar a facção terrorista Estado Islâmico (EI) das regiões montanhosas do leste do país. A operação começou às 11h (de Brasília), tendo como alvo posições do EI próximas à cidade de Ras Baalbek. A área é a última parte da fronteira entre Líbano e Síria sob controle do grupo insurgente. A guerra que devasta a Síria desde 2011 teve consequências no vizinho Líbano, onde o EI reivindicou ataques letais e lutou contra o movimento xiita armado Hezbollah, que respalda militarmente o regime sírio do ditador Bashar al-Assad. “O Exército enfrenta os terroristas do Daesh [acrônimo em árabe para a facção terrorista Estado Islâmico] para expulsá-los e recuperar o território”, afirmou o general Ali Qanso, responsável pelo setor de comunicação do Exército libanês. De acordo com Qanso, a ofensiva é “uma das batalhas mais difíceis já travadas pelo Exército do Líbano”. Ele calcula a presença de 600 combatentes extremistas nas regiões de Jurud Ras Baalbeck e Jurud Al Qaa, onde controlam uma área de quase 120 quilômetros quadrados. Em 2014, membros do EI e da Al-Qaeda sequestraram 30 soldados e policiais no leste libanês. Os extremistas executaram quatro reféns e um quinto morreu em consequência dos ferimentos. Dezesseis foram libertados em 2015 e nove permanecem sob poder do EI. HEZBOLLAH O Hezbollah também promove ofensiva para desalojar o EI do lado sírio da fronteira. Comunicado divulgado pelo grupo afirma que a organização age para cumprir a promessa de “remover a ameaça terrorista nas fronteiras da nação” e combate “lado a lado” com o Exército sírio. O comunicado não fez menção à operação do exército libanês. No mês passado, o Hezbollah iniciou uma ofensiva para expulsar os extremistas anteriormente vinculados à Al-Qaeda e rebeldes sírios de Jurud Aarsal, outra área do leste do Líbano. Após seis dias de combates, os dois lados chegaram a um cessar-fogo e um primeiro contingente de 8.000 pessoas –em sua maioria refugiados mas também jihadistas– foi levado para a Síria. Na segunda (14), os últimos rebeldes sírios deixaram o Líbano. O porta-voz do Exército libanês negou qualquer “coordenação” entre as Forças Armadas, o Hezbollah e as tropas sírias. Qualquer operação em conjunto entre o Exército libanês de um lado e o Hezbollah e o Exército sírio de outro seria politicamente sensível no Líbano e poderia comprometer a considerável ajuda militar norte-americana que o país recebe, já que Washington classifica o Hezbollah como um grupo terrorista.