JÚLIA ZAREMBA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Atrações musicais, de dança, oficinas e filas marcaram a inauguração do Sesc 24 de Maio, que recebeu 17 mil visitantes até as 17h30 deste sábado (19), segundo a organização do evento.
O centro de atividades de 13 andares é o quarto na região central de São Paulo pertencente à entidade. As obras de revitalização do edifício, que já abrigou a loja de departamentos Mesbla, começaram em 2009, sob a batuta do arquiteto Paulo Mendes da Rocha.
“O maior diferencial desse espaço é a sua localização”, afirmou Danilo Miranda, diretor regional do Sesc-SP. “O centro reúne um grande número de trabalhadores dos setores de comércio e serviços, e tem uma boa acessibilidade.”
A expectativa é que, no mínimo, 5.000 pessoas frequentem o local por dia, segundo Miranda. “Esperamos que a beleza da arquitetura, além de bons serviços e espetáculos, atraiam pessoas da cidade inteira para cá”, observou o diretor.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da capital, João Doria (PSDB), participaram do evento de abertura.
“É uma beleza, um presente para São Paulo. Ajuda a recuperar a região central”, disse Alckmin, que, em seguida, tomou um café em uma lanchonete na Galeria do Rock, localizada em frente ao Sesc, e foi hostilizado por pedestres, que o chamaram de “golpista” e “higienista”.
Durante seu pronunciamento, Doria destacou que, em breve, vai anunciar um “amplo e longo projeto” para a região central, sem dar detalhes.
“A recuperação do centro não é tarefa fácil, temos vários edifícios históricos que exigem um cuidado especial”, afirmou. “Fazendo assim, São Paulo ficará uma cidade cada vez mais limpa.”
A programação do evento de inauguração teve atrações para todos os gostos. Logo na entrada do prédio, o grupo Realidades Utópicas interpretava canções de bossa nova e outros ritmos, empolgando os visitantes.
No quarto andar, estavam as oficinas de tecnologias e artes, entre as atrações mais disputadas do evento. As atividades incluíram brincadeiras em 3D e pinturas com um dispositivo de realidade virtual.
Já no terraço, onde foi construída uma piscina olímpica, a chuva não impediu as selfies e fotos da vista com prédios históricos da cidade.
O fluxo de pessoas era intenso, mas era possível caminhar e subir as rampas que ligam os andares sem muita confusão. “Eu acho ótimo que esteja cheio, todas as pessoas devem ter acesso a cultura, lazer e educação”, afirmou o arquiteto Antonio Fabiano Junior, 38.
“O espaço é muito grande, comporta bastante gente, então não está desagradável”, disse a paisagista Gabriella Ornaghi, 36, que foi ao evento com os dois filhos, de cinco e sete anos.
Na hora da fome, era preciso ter paciência. Longas filas, cujo tempo de espera era de em torno de 30 minutos, se formaram no segundo e o décimo primeiro andares, onde ficam o restaurante a cafeteria, respectivamente.
Outra reclamação foi quanto ao espelho d’água no décimo primeiro andar, confundido com um piso de vidro por algumas pessoas. “Não havia uma placa de aviso. Acabei entrando e molhei a minha calça”, contou o aposentado Paulo Caetano, 69, que também achou as cabines do banheiro “muito apertadas”.
O projeto de revitalização da construção, por outro lado, recebeu muitos elogios. “Gosto como a área externa conversa com a interna, como se fosse parte das exposições”, contou a estudante de arquitetura Heloisa Ribeiro, 23.
“O Sesc, agora, reúne o novo e o velho”, disse a antropóloga Raissa Albano, 23, cujo pai, engenheiro, trabalhou nas obras de renovação do lugar.