EDUARDO GERAQUE SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os cientistas que investigam o futebol reforçam a tese defendida por Guardiola e escancarada pelo 7 a 1 da Alemanha contra o Brasil do técnico Felipão na Copa de 14. Estudo acadêmico que analisou os jogos da fase final da Euro-2016, assinado por Claudio Casal (Universidade Católica de Valência), e colaboradores, indica que existe uma ligação direta entre a posse de bola e o lugar do campo onde ela ocorre.

Descontado o imponderável do futebol e a qualidade dos atletas que fazem o conjunto, ter muito a bola na intermediária adversária, em vez de ficar com ela no meio campo ou na defesa, quase dobra a chance da vitória. Após a observação dos jogos de mata-mata do segundo campeonato de seleções mais importante do mundo, os pesquisadores conseguiram medir, com testes estatísticos, o que empiricamente até pode ser óbvio. Um time que quer ser vencedor, mostra o artigo publicado na revista “Frontiers in Psychology”, precisa de uma estratégia ofensiva, que alie a posse de bola e presença no campo adversário.

Essa receita, pelo menos na Euro analisada, em que Portugal bateu a França na final, e o País de Gales e a Alemanha caíram nas semifinais, deu quase 45% de chances de vitória aos times que a usaram na prática. Pelos dados dos pesquisadores, as seleções de mais sucesso na competição tiveram, em geral, maior posse de bola do que o adversário. Mais do que isso. A bola, dominada, rolou 20% mais do tempo no campo de ataque do que no da defesa. A eficiência do Corinthians, em breve, terá que ser melhor estudada.