SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou que a dissidente chavista e ex-procuradora da Venezuela Luisa Ortega Díaz está “sob proteção” de seu governo e receberá asilo caso solicite.
Destituída de seu cargo no dia 5 de agosto, Luisa Ortega e seu marido, o deputado Germán Ferrer, deixaram o território venezuelano e chegaram a Bogotá na sexta-feira (18). Na véspera da fuga, o TSJ (Tribunal Supremo de Justiça), controlado pelo regime de Nicolás Maduro, havia decretado a prisão de Ferrer, acusado de liderar rede de extorsão a empresários.
A ex-funcionária e seu marido fugiram em lancha até Aruba e dali viajaram para a capital colombiana, segundo a emissora americana “Univisión”.
Até o momento, as autoridades não especificaram o status migratório de Ortega na Colômbia, que tampouco se pronunciou sobre sua situação desde que chegou ao país. O presidente Santos não detalhou os benefícios concedidos à ex-procuradora.
‘RUPTURA CONSTITUCIONAL’
Ortega se rebelou contra o governo de Maduro no fim de março, quando denunciou uma “ruptura constitucional” na Venezuela a partir de decisões judiciais contra o Parlamento de maioria opositora.
A ruptura definitiva ocorreu com o anúncio e a instalação da Assembleia Constituinte, que Maduro levou adiante para mudar a Constituição venezuelana no âmbito de protestos opositores, que deixaram mais de 120 mortos nos últimos quatro meses.
O organismo, que goza de plenos poderes e foi eleito sem a participação de forças opositoras -que alegaram fraude durante o processo- destituiu Ortega. Além disso, as autoridades congelaram seus bens e proibiram a ex-procuradora de deixar a Venezuela.
Antes de chegar em Bogotá, Ortega participou por videoconferência de um encontro de procuradores, realizado na sexta-feira (18) em Puebla, México.
Transformada em uma ferrenha opositora ao governo venezuelano, Ortega acusou o presidente de envolvimento no escândalo de corrupção global da empreiteira Odebrecht.