RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A decisão da Secretaria Municipal de Educação do Rio de fechar por tempo indeterminado 15 escolas no Jacarezinho, zona norte da cidade, deixará 6.497 estudantes sem aula. A medida foi tomada por segurança, já que desde a semana passada ocorrem operações policiais diárias na favela.
Em dez dias de confrontos, ao menos sete pessoas já foram mortas na região. Moradores dizem que a maior parte das vítimas não tinha ligação com o tráfico de drogas.
Somente na operação da última segunda-feira (21), que englobou sete favelas da zona norte, como Manguinhos e Complexo do Alemão, 43 pessoas foram presas.
A ação teve apoio das Forças Armadas, que estão no Rio há pouco menos de um mês.
As tropas foram enviadas ao Rio para conter a onda de violência que tomou conta do Estado na esteira da crise fiscal do governo.
Embora tenham sido enviadas para combater o tráfico de drogas e reduzir o poder de fogo de traficantes, nenhum fuzil foi apreendido nas três operações em que foram empregadas tropas das Forças Armadas.
Os conflitos em áreas pobres do Rio têm vitimado a população. Em março, uma menina de 14 anos foi morta por um tiro quando estava dentro da escola, em Acari.
A decisão de fechar 15 escolas por tempo indeterminado foi tomada na noite de segunda, após dia de intensa operação policial. Outras 11 unidades na região funcionarão em horário alternativo.
Ao todo, 64 escolas do município tiveram que ser fechadas na segunda por conta dos confrontos e cerca de 27 mil alunos ficaram sem aulas, número recorde. O volume corresponde a 4% de toda a rede municipal.
O subsecretário de Comando e Controle da Secretaria de Segurança, Rodrigo Alves, atribuiu o fechamento das escolas a criminosos que atuam na região e recebem os policiais a tiros em incursões nas comunidades. “Quem aterroriza a população são os criminosos, não a polícia”, disse.
Desde o início do ano letivo, em fevereiro, 409 escolas e creches fecharam por causa da violência. Ao menos 145 mil alunos ficaram ao menos um dia sem aulas.