O corregedor da Câmara Municipal de Curitiba, vereador Wolmir Aguiar (PSC), confirmou ontem a abertura de sindicância para investigar nova denúncia, desta vez contra o vereador Thiago Ferro (PSDB), que assim como a vereadora Katia Dittrich (SD), é acusado de ficar com parte dos salários de assessores. Ferro negou as acusações, alegando ser vítima de calúnia e extorsão.
No caso de Ferro, a denúncia envolveria uma pessoa que teria trabalhado em sua campanha. O corregedor explicou que o denunciante, cujo nome não foi divulgado, foi assessor do vereador em período anterior ao mandato e sugere que o parlamentar teria se apropriado de parte do salário de dois assessores do gabinete do parlamentar. Existem mensagens de Whatsapp acostadas (aos autos) em que o denunciante se comunica com um terceiro, não com o vereador (Thiago Ferro), e fala que a prática prosseguiria, explicou Wolmir.
Não vamos concordar com nada errado, mas precisamos garantir o direito à ampla defesa e ao contraditório, afirmou Wolmir. Na terça-feira, o plenário da Câmara aprovou a abertura de uma Comissão Processante para investigar a vereadora Katia Dittrich, acusada por seis ex-assessores de seu gabinete de ficar com parte dos salários deles.
Questão trabalhista – Segundo o corregedor, na acusação contra Thiago Ferro são citados dois servidores do mandato e um da prefeitura, pelo denunciante, como supostos exemplos da continuidade da prática. Serão intimados e ouvidos nesta semana, afirmou ele, sem identificar as pessoas. A sindicância começou no dia 16 de agosto e tem 30 dias de prazo.
Qualquer denúncia será apurada por esta Casa, com transparência e respeito ao direito de defesa dos acusados, afirmou o presidente da Casa, vereador Serginho do Posto (PSDB). Existe um relato. Existe uma questão trabalhista anterior a 2017. Então nós temos que separar um pouco o fato. Na declaração, a pessoa coloca fato ocorrido anterior ao mandato do vereador. Porém, nessa mesma declaração é citada pessoa que trabalha no gabinete. Pelo fato de ter citado essa pessoa, por isso foi um fator determinante para que o corregedor faça o andamento, e a coleta de materiais para que faça o esclarecimento, disse ele.
Em discurso no plenário, Ferro disse estar sendo vítima de extorsão e ameaças e negou as acusações. O vereador divulgou boletins de ocorrência feitas por ele e a esposa na Polícia, denunciando as supostas ameaças. Faz quatro meses que eu recebo constantemente contra mim, e contra a minha família, ameaças à vida, quando meus filhos estão indo para a escola, quando minha mulher chega em casa, disse, mostrando os boletins de ocorrência na tribuna.
Ameaças – O vereador garantiu que não exige dinheiro do salário dos comissionados. Porque eu confio na minha inocência. Eu tenho muito orgulho do segmento que eu represento. Eu tenho uma família que está ali, eu tenho líderes dessa cidade que estão acompanhando essa sessão. Mas cabe ao acusador, ao ameaçador, aquele que está vinculado a esses boletins de ocorrência, que mandaram mensagens de SMS no telefone da minha esposa, ameaçando a minha família por quase quatro meses, apresentar as provas, porque não existem provas, disse.
Ferro protocolou ontem um pedido de informações à Câmara requisitando acesso ao processo. Faço questão do requerimento, até para que eu seja processado por essa Casa o mais rápido possível, porque eu confio na minha inocência, disse o parlamentar. O vereador disse desconfiar que o denunciante seria a mesma pessoa que ele acusa de caluniá-lo e perseguir seus familiares.