Cerca de 30 estudantes de 4º ano do Centro de Educação Integral Escola Municipal Lauro Esmanhoto (Pilarzinho) viveram, nesta segunda-feira (28/8), um dia de técnico mirim de monitoramento da qualidade da água. Acompanhados pela professora e pela equipe do projeto Água e Ação, da Universidade Federal do Paraná, eles desceram a rua lateral à escola, que leva à margem esquerda do Rio Barigui e, a partir de amostras coletadas do seu leito, mediram e avaliaram as condições de qualidade da sua água.

A atividade fez parte do projeto de Educação Ambiental que a professora Katy Filla desenvolve no contraturno. Agendas como essa motivam as crianças e criam o senso de responsabilidade sobre o lugar onde vivem. Mais que conteúdo novo e interessante, isso é cidadania, resumiu.

O rio é um curso de água de 66 quilômetros que nasce em Almirante Tamandaré, passa por 18 bairros de Curitiba e deságua no Rio Iguaçu, no bairro Caximba.

Baldes, cadernos e instrumentos

As crianças começaram a coleta das amostras pela medição dos parâmetros de qualidade da água. Foram usados oxímetro (para medir o nível de oxigênio), turbidímetro (coloração determinada pela presença de partículas visíveis a olho nu), colorímetro (coloração uniforme resultante da presença de partículas invisíveis) e fitas para aferição do pH da água (que mede a acidez).

Empolgados, os estudantes foram divididos em quatro grupos – um para cada parâmetro. O modo de usar cada equipamento, a leitura e o registro dos dados foram orientados pelos acadêmicos. Os resultados foram anotados em lacunas e gráficos dos cadernos desenvolvidos especialmente para a atividade.

O material foi recolhido pelo pessoal da UFPR – a professora do curso de Engenharia Civil e da Pós-Graduação de Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental, Regina Kishi, e nove acadêmicos e um convidado, aluno de Ciências Biológicas da Universidade Positivo.

Objetivo correspondido

Depois do registro das informações – que mostraram um rio em boas condições naquele ponto, com exceção da aparência um tanto turva da água – os pequenos técnicos foram estimulados a responder perguntas objetivas no mesmo caderno. A equipe da UFPR pode avaliar a eficiência da atividade.

A proposta é fazer uma troca: a universidade oferece essa oportunidade de conhecimento à escola enquanto ela colabora para a aproximação da academia com a comunidade, disse Regina.

É muito bom para que nós possamos sair da bolha do curso superior e, do lado de fora, ver como a comunidade vê o nosso trabalho e de que forma ele pode ser aperfeiçoado, avaliou Bruno Araújo, que se forma no fim do ano.

As crianças demonstram corresponder à proposta. Aprendi coisas que, eu acho, até a minha professora da tarde não sabe. Vou chegar contando pra ela, disse Ágatha Matucheski, referindo-se às medições.

Pyetro Gonçalves do Carmo, que tem um irmão gêmeo em outra turma da escola, ficou de fazer o mesmo. Quanto mais gente souber, melhor. A saúde do rio depende de como a gente cuidar dele, comentou.

Essa foi a terceira etapa da parceria, que prevê mais três encontros até novembro.