A Assembleia Legislativa aprovou ontem, por 24 votos favoráveis e 20 contrários e duas abstenções, em segundo turno, projeto que prevê a liberação da venda e consumo de cerveja e chopp nos estádios do Paraná. A proposta – encabeçada pelo líder do governo na Casa, Luiz Cláudio Romanelli (PSB), e assinada por mais onze parlamentares – dividiu os deputados e motivou intenso debate na sessão. A bancada evangélica liderou a resistência ao projeto, argumentando que ele fere o Estatuto do Torcedor, e que a venda e consumo de bebidas alcoólicas aumentaria a violência nos estádios.
A discussão motivou troca de farpas e até bate-boca entre os parlamentares. O deputado Reinhold Stephanes Jr (PSB) alegou que na maioria dos países, inclusive os Estados Unidos – o consumo de cerveja em estádios é permitido. Não faz sentido as pessoas de bem que frequentam o futebol serem punidas, alegou. O deputado Ricardo Arruda (DEM) rebateu os argumentos de Stephanes Jr, lembrando que em muitos estados norte-americanos, o consumo de bebidas alcoólicas nas vias públicas é proibido. Será que Ambev tem tanto poder para impor uma lei para nós, disse, citando o maior fabricante de cerveja do País.
Romanelli chegou a apresentar um requerimento para encerrar a discussão mais cedo, mas recuou depois que o deputado Edson Praczyk (PRB) o acusou de tentar tolher o debate.
Retrocesso – A Arquidiocese de Curitiba divulgou ontem nota pedindo aos católicos que se manifestassem contra o projeto, alegando que a liberação da bebida pode incentivar o clima de violência e que a aprovação da lei seria um retrocesso.