O Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR) ofereceu nesta segunda-feira (18) quatro denúncias que inauguram uma série de acusações criminais contra membros de uma organização criminosa com ramificações na região de Foz do Iguaçu e Curitiba, responsável pelo menos desde 2008 pela prática de crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os denunciados foram alvo da Operação Hammer-on, deflagrada no mês de agosto.

A partir de elementos colhidos ao longo da investigação, tornou-se visível a estrutura da organização criminosa, de modo que foram identificados e delimitados cinco núcleos de pessoas interligadas identificados da seguinte forma: núcleo Da Luz Milani; núcleo Gerhardt; núcleo Gavazzoni; núcleo da Rosa e núcleo Ferreira Melo. Nessa primeira fase estão sendo denunciados os líderes e principais operadores dos núcleos Da Luz Milani; Gavazzoni; Da Rosa e Ferreira Melo (confira os nomes de todos os denunciados abaixo).

Em linhas gerais os denunciados, para fins de obtenção de vantagem financeira, associaram-se de maneira estruturada, caracterizada pela divisão de tarefas, com o objetivo de praticar diversos delitos sujeitos à pena de reclusão e, mediante remuneração, disponibilizaram as contas bancárias de suas empresas de fachada para a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, dissimulando a origem ilícita do dinheiro que ingressava em tais contas, remetendo-o, então, de forma também ilícita, ao exterior.

Os recursos manejados pela organização criminosa foram transferidos sistematicamente entre as centenas de contas bancárias, de forma a despistar as transações e, ao mesmo tempo, concentrar os valores, aglutinando-as progressivamente em uma ou outra instituição financeira, dependendo da facilidade encontrada em cada agência bancária para posterior disponibilização dos valores.

Foi comprovado durante as investigações que grande parte do dinheiro movimentado é oriundo das mais diversas práticas criminosas, tal como descaminho, contrabando e tráfico de drogas, sendo que as movimentações visavam a ocultar e dissimular sua origem ilícita para, ao final, remeter os valores ilegalmente ao exterior.

Além de casas de câmbio situadas em Foz do Iguaçu, para a realização dos serviços financeiros e de lavagem de dinheiro e com a intenção de perpetuar o esquema criminoso e distanciamento pessoal, os líderes valeram-se de empresas de fachada, constituídas principalmente nas cidades de Curitiba e Foz do Iguaçu, bem como postos de combustíveis e até mesmo churrascarias sediadas, em sua maioria, na capital, e que em cujo quadro societário figuram familiares e pessoas próximas.

Núcleos e valores movimentados