A bancada federal do Paraná se dividiu literalmente ao meio na votação, ontem à noite, na Câmara, que rejeitou a proposta de implantação do distritão. Dos 30 parlamentares paranaenses, 24 votaram na sessão de ontem, sendo 12 a favor e 12 contrários à proposta, além de outros seis que não compareceram para votar. A proposta acabou sendo rejeitada por 238 votos contra 205 e uma abstenção.
Para que fosse aprovado, o texto precisava do apoio de 3/5 do plenário, ou 308 votos. Há algumas semanas os deputados iniciaram a votação desta PEC, de forma fatiada, mas como o novo sistema eleitoral não avançou, a proposta deve agora ser arquivada devido a um acordo feito pelas lideranças.
Outro problema é a falta de tempo para construir um mínimo consenso, uma vez que para serem válidas para as eleições do ano que vem, as mudanças precisam ser aprovadas em dois turnos pela Câmara e pelo Senado até o início de outubro, um ano antes do próximo pleito.
A proposta rejeitada previa a eleição majoritária de deputados – federais, estaduais e distritais – em 2018 e de vereadores em 2020, atualmente eleitos pelo sistema proporcional. A partir de 2022, os deputados seriam eleitos pelo sistema distrital misto – segundo o qual, metade das vagas é destinada aos mais votados nos distritos; e a outra metade, preenchida de acordo com a votação dos partidos, em lista preordenada.
Pelo modelo do distritão, o estado e município se torna um distrito eleitoral e funciona para a escolha de deputados federais, estaduais, distrital e vereadores. Assim, são eleitos os candidatos mais votados no distrito, como acontece hoje na eleição dos senadores. Não é levado em conta os votos para partidos e coligações.
Puxadores – O modelo divide opiniões. Quem defende o distritão argumenta que é simples de ser compreendido pelo eleitor, reduziria o número de candidatos e acabaria com a figura dos chamados puxadores de votos – aqueles que recebem muitos votos e elevam o quociente partidário permitindo a eleição de candidatos menos votados.
Os contrários alegam que o modelo favorece os candidatos mais conhecidos do eleitorado e dificulta a eleição de novos candidatos no cenário político, além de enfraquecer o papel dos partidos. No sistema atual, o proporcional, as cadeiras de deputados federais, estaduais e vereadores são divididas de acordo com o quociente eleitoral.

Painel
Veja abaixo como votaram os deputados paranaenses
A FAVOR
Alex Canziani (PTB)
Dilceu Sperafico (PP)
Edmar Arruda (PSB)
Hermes Parcianelli (PMDB)
João Arruda (PMDB)
Nelson Meurer (PP)
Osmar Bertoldi (DEM)
Osmar Serraglio (PMDB)
Sandro Alex (PSD)
Sérgio Souza (PMDB)
Hidekasu Takayama (PSC)
Toninho Wandscheer (Pros)
CONTRA
Alfredo Kaefer (PSL)
Aliel Machado (Rede)
Assis do Couto (PDT)
Christiane Yared (PR)
Fernando Francischini (SD)
Diego Garcia (PHS)
Enio Verri (PT)
Leandre (PV)
Luciano Ducci (PSB)
Luiz Nishimori (PR)
Nelson Padovani (PSDB)
Zeca Dirceu (PT)
AUSENTES
Evandro Roman (PSD)
Fernando Giacobo (PR)
Leopoldo Meyer (PSB)
Luiz Carlos Hauly (PSDB)
Reinhold Stephanes (PSD)
Rubens Bueno (PPS)