SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Considerado um dos furacões mais potentes a atingir Porto Rico na história, o Maria provocou inundações e danos “catastróficos” na ilha nesta quarta-feira (20).
O furacão tocou o solo de Porto Rico na manhã desta quarta com ventos de até de 250 km/h, quando ainda era classificado na categoria 4, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC).
Depois, ele perdeu força, foi rebaixado à categoria 2 e avançou em direção à República Dominicana.
Ao menos nove pessoas morreram no Caribe em decorrência do Maria -sete na Dominica e duas em Guadalupe. Em Porto Rico, as autoridades ainda não haviam confirmado mortes.
Mas segundo a prefeita da capital San Juan, Carmen Yulín Cruz, toda a cidade foi afetada. “Há muita dor, devastação”, disse. “Nossa vida como conhecíamos mudou.”
O diretor de gerenciamento de emergências do país, Abner Gomez, disse que toda a ilha está sem energia. Na terça (20), Cruz pediu para a população se preparar para passar até quatro meses sem energia e semanas sem água. Cerca de 3,5 milhões de pessoas moram no país.
De acordo com a imprensa local, rios transbordaram e os ventos derrubaram árvores e danificaram casas e prédios, incluindo hospitais.
Cerca de 500 abrigos com capacidade para 67 mil pessoas foram abertos para proteger os moradores do furacão, que “pode ser o pior dos últimos cem anos em Porto Rico”, segundo o governador da ilha, Ricardo Rossello Nevares. “Confesso que tenho medo. Estou preocupada porque é a primeira vez que vou ver um furacão dessa intensidade”, disse à agência de notícias AFP a professora Noemi Aviles Rivera, 47.
A passagem do Maria deve afetar a comunidade -Porto Rico é território americano- que sofre com uma grave crise econômica e tem 46% da população vivendo na pobreza. A alta no preço do petróleo, essencial para a geração de energia na ilha, e o vencimento de títulos públicos derrubaram a economia local.
A ilha possui uma dívida de mais de US$ 70 bilhões (R$ 219 bilhões) que não pode honrar. Em maio deste ano, o governo deu início ao maior processo de falência de uma entidade americana.
Em 1952, Washington conferiu a Porto Rico o estatuto de “Estado livre associado”, o que lhe dá alguns direitos.