Curitiba precisa voltar a estudar um novo modal de transporte público. A opinião é do professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) Carlos Hardt. Depois de anos e milhões de reais gastos com estudos sobre a viabilidade de instalação do metrô no capital paranaense, a possibilidade parece descartada. 
Não só há necessidade de se discutirem novos modais, como estamos muito atrasados, diz Hardt. Se vai ser metrô ou não a gente pode até discutir, mas há absoluta necessidade de um novo modal de alta capacidade, que evite os problemas que esse modal (ônibus) traz. Ele cita como exemplo das dificuldades do atual modelo a falta de interseções em nível: se o ônibus expresso, por exemplo, é privilegiado, os motoristas em vias transversais são prejudicados. Há necessidade de um modal em desnível, ou metrô ou aéreo.
Para Hardt, a prefeitura está perdendo tempo ao não promover estudos sobre a viabilidade de novo modal e não deveria usar a crise econômica como desculpa. Como esse sistema é muito caro e demora muito tempo para ser implantado, ele precisa ser muito bem planejado. Se nesse momento o município não tem recursos suficientes para investir em um novo modal, devia investir na discussão e no detalhamento do projeto, afirma o professor da PUC. O que não pode é deixar esse assunto de lado. E não está havendo uma grande discussão. 
Hardt não acredita em um colapso do sistema, mas em um processo que levará ainda mais à queda da qualidade. Não acredito em um colapso, o município pode sempre entrar com um subsídio. Mas acredito no risco da perda de mais passageiros. É um círculo vicioso que vai se fechando.