GUSTAVO FIORATTI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Sangue, decapitações, bonecos grotescos e situações de terror. O mesmo circo de horrores que o americano Alice Kooper consagrou em apresentações de rock ele repetiu na noite desta quinta (21), no palco Sunset do Rock in Rio. O que é a marca desse músico, cantor e ator americano ainda surpreende seu público, que se manifesta com gritos cujos sentidos vão do gozo ao deboche.
Os elementos teatrais não ficam em primeiro plano, porém. Cooper dividiu palco com músicos que exibem virtuosismo. Dos solos extensos e numerosos, sobressaiu o da guitarrista Nita Strauss, logo no início do show. Ela substituiu Orianthi em turnê de 2014 e permaneceu na banda que acompanha Cooper em seus shows.
A apresentação foi iniciada com “Brutal Planet”, música que integra álbum homônimo de 2000 e cuja letra diz que estamos “girando em círculo nessa bola de ódio”. Depois, ele retomou hits mais antigos, como “Under My Wheels” e “Poison”. Lançada em 1989, esta última tornou-se uma espécie de hino do rock, mas não levou o público à histeria geral.
Sobre o palco, o teatro de Cooper neste show incluiu uma aranha e uma teia de aranha gigantes, bolas de sabão, fogos de artifício, fumaça. O músico troca de figurino diversas vezes, passa de mágico a açougueiro, depois professor de escola primária.
O show encerrou com a bandeira dos EUA ao fundo pichada de preto (ou seria suja de petróleo?), ao som de “School’s Out”, que diz “chega de lápis, chega de livros, chega do olhar sujo de professores”. Foi o auge da apresentação, emendada em “Brick in the Wall”, clássico do Pink Floyd, do álbum “The Wall”. O músico se despediu desejando “pesadelos maravilhosos” ao público.