AMANDA NOGUEIRA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Russo Passapusso sobe no palco feito uma criança que tomou um litro de refrigerante. Ele tem energia de sobra e é preciso certo preparo —psicológico e físico— para acompanhá-lo.
“Tá tudo certo aí? Vamos derrubar essa casa hoje”, disse ao público que assistia ao show do BaianaSystem na tarde desta sexta (22) no palco Sunset do Rock in Rio.
A catarse musical da banda nordestina foi de momentos carnavalescos a pancadões, evidenciando sua identidade mesclada entre a guitarra baiana e o baixo bem marcado.
As letras, por vezes políticas ou críticas, atiçam o público. Em “Jah Jah (Revolta)”, parte da plateia gritou “fora, Temer”. Em alguns momentos, o cantor pediu “demarcação já”.
Fãs foram ao show com máscaras dos desenhos de Filipe Cartaxo, o integrante responsável pelo conceito visual do grupo, e, aos comandos de Passapusso, formaram uma grande roda dançante em “Barra Avenida”.
Titica entrou com duas dançarinas que carregavam a bandeira da Angola para cantar a parceria entre eles “Capim Guiné”, que na gravação também conta com vocais de Margareth Menezes.
A cantora transexual, uma das personalidades mais influentes da Angola e ícone do kuduro, é uma espécie de Pabllo Vittar do país —e, assim como a brasileira fez dias antes no festival, ousou um espacate e requebrou bastante em faixas como “Chão, Chão”.