O primeiro-ministro do Iraque, Haider al Abadi, afirmou hoje (24), em um pronunciamento dirigido à nação, que o governo do país não reconhecerá o resultado do referendo de independência da região do Curdistão, previsto para amanhã (25). 

O referendo de secessão é uma decisão unilateral, contrário à Constituição e à convivência pacífica. Não vamos reconhecê-lo, tampouco seus resultados, disse Al Abadi em rede nacional de televisão, destacando que tomará as medidas necessárias para preservar a unidade do Iraque.

O primeiro-ministro disse que o Iraque está enfrentando uma tentativa de divisão sobre bases étnicas e nacionais, cujo objetivo é romper a unidade do país.

Além disso, Al Abadi culpou os líderes da região de terem criado seus próprios problemas econômicos e negou que a crise vivida pela região autônoma tenha sido causada por Bagdá.

Al Abadi acusou, além disso, sem fazer menções diretas, os líderes curdos de se apropriar da produção diária de 900 mil barris de petróleo da região, o que equivale a 95% do total produzido no país.

Por que não pagam os salários de seus funcionários com esses recursos?, questionou Al Abadi, antes de reafirmar que os problemas do Curdistão são resultado de questões internas, como a corrupção e a má administração da região.

O primeiro-ministro do Iraque também afirmou que o regime de Saddam Hussein perseguiu iraquianos de todas as etnias, tentando rebater um argumento curdo, que se dizem vítimas de massacres cometidos pelo ex-ditador para obter a independência.