A Polícia Civil investiga uma denúncia de injúria racial que aconteceu no domingo (1)  em uma loja de jogos eletrônicos no Park Shopping Barigui. Segundo a denúncia, uma menina de 11 anos negra teria sido impedida de entrar no estabelecimento sob a alegação de que estava desacompanhada. 

Em entrevista à BandNews Curitiba, o pai da menina, o médico Jorge Timi, disse que no local estavam várias crianças desacompanhadas. “Mesmo com várias crianças desacompanhadas dentro da loja, a gerente continuava a insistir nesta versão”, disse ele. É a segunda vez que a família foi vítima de injúria racial. Em julho, o caso aconteceu em uma cafeteria Starbucks em São Paulo, onde  a menina foi confundida com uma pedinte, 

“Ela e nós não aceitamos essa discriminação. Nesta semanas, vamos reforçar o acompanhamento psicológico dela, logo agora que ela estava se recuperando”, disse o pai, em entrevista à BandNews Curitiba. 

Família curitibana acusa Starbucks de racismo após filha ser confundida com pedinte

Racismo ou injúria racial rendem um inquérito por dia no Paraná

No Paraná, em 2016, foi registrado em média um caso diário de racismo ou injúria racial que virou inquérito policial. 
O dado é do Núcleo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (Nupier), do Ministério Público do Paraná (MP-PR). E os números são ainda maiores, alerta a promotora de Justiça Mariana Bazzo, coordenadora do Nupier, pois nem todos os inquéritos abertos em 2016 foram concluídos até agora. Além disso, segundo ela, há subnotificação sobre esse tipo de crime no país, pois ainda persiste a cultura de que injúrias raciais são brincadeiras ou algo menor.

O número (de casos) na realidade é maior, muitos boletins de ocorrência não se tornam inquéritos porque a vítima deixa de representar ou em muitos casos a vítima não procura a polícia, diz Mariana. Ainda há uma cultura de que esse tipo de crime não vai ser levado a sério, como se fosse um crime menor importância. Muitos casos foram registrados como crimes comuns, e isso foi deixando as pessoas descrentes no sistema.

Outro lado 

Em nota o ParkShoppingBarigüi e a HotZone informaram lamentar o incidente ocorrido com a família Timi na tarde do último domingo (1º de outubro). De acordo com a nota, o casal teria interpretado como discriminação racial a conduta da segurança do shopping ao abordar sua filha menor na entrada da loja HotZone.

“O ParkShoppingBarigüi e a HotZone esclarecem que, para garantir a segurança de todas as crianças e adolescentes que procuram o parque indoor para diversão, não é autorizada a entrada de menores sem a companhia dos pais. O ParkShoppingBarigüi e a HotZone não compactuam com qualquer forma de discriminação e preconceito”, diz a nota.