O volume de vendas do comércio varejista no Dia das Crianças deverá registrar crescimento de 3,4% neste ano, o melhor desempenho desde 2013, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A estimativa é que as vendas durante o período devem movimentar R$ 7,4 bilhões. Já a pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) estima que as vendas podem chegar a R$ 9,7 bilhões, também melhorando o clima no comércio em relação aos últimos anos.
A data representa a última festa comemorativa antes do Natal e, por isso, dá ao mercado de consumo as primeiras impressões de como será o desempenho das vendas no final do ano. As expectativas para o Dia das Crianças são um alento para o fim de ano porque podem sinalizar um Natal mais auspicioso que em anos anteriores, que foram os piores já vistos em muitos anos. Hoje, os juros estão mais baixos, o mercado de trabalho dá mostras de uma leve recuperação e até mesmo o consumo das famílias aos poucos está sendo reativado, explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Desde 2013
A CNC ressalta o fato de que o resultado será o melhor registrado pelo varejo nesta data desde o crescimento de 5,1% verificado em 2013. Para Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC, são vários os fatores que levam a este desempenho e não só as baixas taxas de inflação dos produtos destinados às crianças.
A perspectiva mais favorável acerca do desempenho do setor na data comemorativa se insere em um contexto mais amplo, no qual a recuperação do mercado de trabalho, inflação baixa e juros em processo de redução permitem um resgate parcial das condições de consumo, disse. A economia brasileira vem em deterioração nos últimos anos, mas mostra sinais de recuperação ainda neste ano.

Vestuário e calçados em alta neste ano
Os setores com melhor desempenho nas vendas voltadas para o Dia das Crianças, de acordo com a CNC, serão os de lojas de vestuário e calçados, com crescimento esperado de 10,2%, seguido pelo de brinquedos e eletroeletrônicos, que deverá expandir 5,7%.
Em ambos os casos, no entanto, as variações positivas esperadas para este ano não repõem as perdas verificadas no ano passado e chegam a -12,2% para vestuário e calçados e a -7,6% no de comércio de brinquedos, afirmou Bentes.
Segundo o estudo do SPC/CNDL, 75% dos brasileiros devem ir às compras no Dia das Crianças de 2017. No ano passado, 70% dos brasileiros haviam realizado alguma aquisição na data.

Intenção de consumo também aumenta
A pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais aponta que 75% dos brasileiros devem ir às compras no Dia das Crianças de 2017. No ano passado, 70% dos brasileiros haviam realizado alguma aquisição na data.
No total, o consumidor deve desembolsar R$ 194 com os presentes, sendo que mais da metade (55%) ainda não sabe o quanto será gasto na data. A maioria pagará os produtos à vista (61%) e vai comprar apenas um presente (44%). O cartão de crédito será opção de 21% dos consumidores. Mas a dica é não fazer dívidas.

Varejo online vai usar data como teste
O Dia das Crianças deverá ser usado pelo comércio eletrônico como termômetro de vendas para as principais datas do varejo brasileiro que acontecem no fim de ano, como a Black Friday e o Natal. A data, que é comemorada no dia 12 de outubro, é considerado o pontapé inicial para a temporada de fim de ano do comércio.
Tanto para a preparação de estoque, como precificação de produtos e gestão logística, as lojas virtuais devem usar o Dia das Crianças como uma espécie de aquecimento para as próximas datas sazonais de fim de ano, avalia Mauricio Salvador, presidente de Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). A entidade estima uma movimentação de R$ 2,1 bilhões nas vendas pela internet, o que representa alta de 5% ante 2016.
De acordo com Willians Marques, sócio-diretor da Tray, unidade de comércio eletrônico da Locaweb, a data deve representar um crescimento médio de 15% dentro da carteira de clientes, com mais de seis mil lojas virtuais. A movimentação já é sentida, uma vez que os consumidores já começam a fazer as compras no mês de setembro, afirma. As lojas virtuais também devem testar a confiança do consumidor para o fim de ano e a partir disso prepara ações para as datas restantes do calendário varejista no ano.