SÓ PODE SER PUBLICADO NA ÍNTEGRA E COM ASSINATURA MARINA GALEANO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “É você que entope a privada todos os dias? Você não tem dó das suas pregas?”. Esse diálogo é uma boa amostra das groselhas que “Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola” reserva ao público. Idealizador do filme, Danilo Gentili afirma que a ideia era levar aos cinemas uma espécie de “Sessão da Tarde” politicamente incorreta. Sem sombra de dúvida, mais uma polêmica para a vasta coleção do comediante e apresentador, louco por um barulho.

As controvérsias em torno desse manual de como tocar o terror dentro e fora da sala de aula nasceram já nas livrarias. Devido às reclamações, o livro homônimo de Gentili, publicado em 2009, foi reclassificado e considerado impróprio para menores de 18 anos.

Antes alunos exemplares (ou “cabaços”, termo repetido à exaustão na história), Pedro (Daniel Pimentel) e Bernardo (Bruno Munhoz) viram do avesso após encontrarem um caderno cheio de dicas proibidas. Guiados pelo Pior Aluno (Danilo Gentili), autor das anotações, os moleques do 9º ano começam a instaurar o caos no colégio, para desespero total do diretor Ademar (Carlos Villagrán, o Quico, de “Chaves”).

Embora indicada a maiores de 14 anos, a adaptação às telas segue quase à risca o conteúdo original. A regra é, exatamente, não ter regra. Portanto, vale qualquer coisa para transgredir e tentar arrancar risadas da plateia. Qualquer coisa mesmo: diálogos chulos; enxurrada de palavrões; o gemidão do Whatsapp; cenas escatológicas de vômito, mijo na cara e cocô voando pelos ares; piadas sobre minorias, religião e até pedofilia; satirização ao bullying; corrupção de adolescentes e por aí vai.

Nas palavras do diretor Fabrício Bittar, um longa de “moleques para moleques”, inspirado em clássicos dos anos 1980, como “Porky´s” (1981), “Curtindo a Vida Adoidado” (1986) e “Karatê Kid” (1984). Só que muito mais bobo e apelativo e muito menos engraçado.

Àqueles que não se entusiasmam com o humor de Gentili, “Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola” serve unicamente para mostrar Villagrán numa versão diferente da de seu antológico personagem. E talvez para inflar as discussões recentes em torno dos limites da arte. De resto, todo esse besteirol é apenas uma questão de gosto. E, como dizem, gosto não se discute. Só se lamenta.

COMO SE TORNAR O PIOR ALUNO DA ESCOLA (ruim) DIREÇÃO Fabrício Bittar ELENCO Danilo Gentili e Carlos Villagrán PRODUÇÃO Brasil, 2017, 14 anos QUANDO estreia nesta quinta (12)