SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Samsung Electronics disse nesta sexta-feira (13) que seu presidente-executivo e vice-presidente do conselho, Kwon Oh-hyun, planeja se afastar da administração após 23 anos de serviço, aprofundando as preocupações sobre um vácuo de liderança na gigante de tecnologia após o magnata do grupo, Jay Y. Lee, ter sido preso por corrupção.

A decisão aconteceu no mesmo dia em que a fabricante de smartphones sul-coreana informou previsão de lucro operacional recorde no terceiro trimestre, apoiada pelo segmento de chips de memória, setor que Kwon Oh-hyun supervisiona desde 2012. A empresa prevê lucro operacional para os três meses até setembro de US$ 12,8 bilhões, quase o triplo do mesmo período do ano passado, e as vendas devem crescer 30% na comparação ano a ano.

Os chips de memória devem representar dois terços do lucro operacional no trimestre, de acordo com analistas. “O momento não faz sentido. A Samsung apresentou lucros recordes, vai ser melhor no quarto e tudo foi conduzido pela unidade de componentes de Kwon”, disse o chefe da empresa de pesquisas CEO Score, Park Ju-gun.

Em um comunicado, Oh-hyun, conhecido como “Sr. Chip”, disse que havia chegado o momento da empresa “começar de novo”. “Conforme somos confrontados com uma crise sem precedentes dentro e fora, acredito que o tempo chegou para a empresa começar de novo, com um novo espírito e liderança jovem”, disse Oh-hyun. Ele é um dos três executivos que estão comandando a empresa em conjunto.

Para Lee Byung-tae, professor do Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia, “a remodelação do nível executivo do grupo deveria ter ocorrido no final do ano passado, mas eles não conseguiram fazê-lo devido ao escândalo.” “Então, a Samsung está realizando uma reestruturação bem atrasada agora. A renúncia do sr. Kwon pode ser o primeiro sinal com outros a seguir”, completou. As ações da Samsung, que aumentaram cerca de 50% neste ano, caíram até 1,9% no início da sexta-feira (13), mas depois reduziram suas perdas para 0,4%.