SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Departamento de Estado dos EUA condenou nesta segunda (16) “a falta de eleições livres e justas” na Venezuela e afirmou que continuará a pressionar o regime de Nicolás Maduro “enquanto for uma ditadura autoritária”. A porta-voz da diplomacia americana, Heather Nauert, elogiou a “coragem, determinação e vontade” dos venezuelanos de irem às urnas, mas que “a voz do povo venezuelano não foi ouvida”. Nauert ainda criticou a falta de observadores internacionais independentes, de uma auditoria do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), as mudanças de seções eleitorais e a falta de urnas eletrônicas em redutos opositores. “Enquanto o regime de Maduro continuar sendo uma ditadura autoritária, vamos trabalhar com os membros a comunidade internacional e usar todo o peso econômico e diplomático americano para apoiar o povo venezuelano a recuperar sua democracia.” Horas antes, a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, havia pedido auditoria independente da eleição. O governo Donald Trump, porém, não deu sinais de que ampliará as sanções a Caracas. Já a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, solicitou esclarecimentos sobre os resultados. “São surpreendentes, temos que averiguar o que aconteceu de verdade”, disse. O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, acusou a UE e os EUA prepararem manobras “para questionar a vontade do povo” e “atacar a nossa democracia” e os ironizou. “Esses países queriam ter uma democracia real, onde seus povos possam optar livremente entre projetos realmente díspares e ter um sistema eleitoral como o nosso, absolutamente auditável em todos os processos.” Na América Latina, o Panamá anunciou que só tomará posição após conversa com chavistas e opositores. Outros países da região críticos a Maduro –Brasil entre eles– não se manifestaram até a conclusão desta edição. Aliados parabenizaram Maduro. “A paz venceu a violência, o povo ganhou do império. Perderam [o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos] Luis Almagro e seu chefe Trump”, disse o presidente da Bolívia, Evo Morales. “O legado de [Hugo] Chávez está vivo. Ele e Fidel estariam orgulhosos”, declarou o ditador cubano, Raúl Castro.