BRUNO THADEU SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Chapecoense entrou com ação no Tribunal de Justiça de Santa Catarina contra a produtora uruguaia, que produziu o documentário “O Milagre de Chapecó”. No processo, o time catarinense alega que a empresa descumpriu dois tratados: de não abordar o acidente aéreo, e de apresentar o conteúdo do vídeo ao clube antes do lançamento oficial.

Segundo a Chape, a produtora uruguaia foi contratada para abordar a ascensão do clube no futebol brasileiro, no período antecedente ao desastre aéreo, que matou 71 pessoas, em novembro do ano passado. A tragédia, de acordo com a Chape, não seria abordada neste documentário.

“O objetivo era contar a história da Chapecoense, com ênfase na façanha esportiva anterior ao acidente aéreo no qual 71 pessoas perderam a vida e na coragem para reconstrução do clube, justamente por não compactuar com a utilização sensacionalista do fatídico episódio”, alega o jurídico do clube. O trailer do filme foi apresentado em cinemas de Santa Catarina.

O clube destacou que o lançamento da obra só poderia ocorrer após sua conferência, alegando não ter sido informada pela produtora. “A requerida [Trailer LTDA] descumpriu seu dever contratual de informar a requerente com periodicidade sobre o plano de trabalho, filmagens e demais detalhes sem qualquer comunicação ou mesmo autorização da requerente e, pasme, sem nunca ter enviado qualquer material para análise da requerente!”, diz trecho da ação da Chape. O valor da causa é de R$ 1 mil. O clube catarinense quer que a produtora seja multada em R$ 100 mil por dia caso continue exibindo o material.