SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A oposição venezuelana anunciou nesta quarta-feira (18) que os seus governadores eleitos não irão fazer o juramento frente a Assembleia Constituinte, controlada pelo chavismo.
O grupo não reconhece o órgão e diz que ele foi criado pelo ditador Nicolás Maduro apenas para esvaziar a Assembleia Nacional, de maioria oposicionista.
Maduro já tinha declarado que os governadores só irão tomar posse após fazerem o juramento e reconhecerem a Constituinte. Os governadores chavistas eleitos fizeram o juramento frente a Assembleia Constituinte nesta quarta.
“Os governadores eleitos só farão o juramento como estabelecido na Constituição e nas leis do país”, disse em nota a coalizão opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática).
No pleito realizado no último domingo (15), os candidatos da MUD venceram a disputa em apenas cinco Estados, embora as pesquisas de opinião mostrassem a oposição à frente.
Apesar da baixa popularidade de Maduro, o chavismo venceu em 18 Estados. Parte da oposição diz houve fraude na votação para favorecer os governistas enquanto outros culpam o baixo comparecimento (61,1%) pelos maus resultados.
PROTESTO
As acusações de fraude levaram líderes da oposição a realizarem um pequeno protesto em Bolivar nesta quarta, após o anúncio da vitória do candidato chavista na região.
O Estado era o único que ainda não tinha divulgado os resultados. Durante a madrugada de segunda, o candidato da oposição, Andres Velasquez, chegou a aparecer a frente da apuração no site do Conselho Nacional Eleitoral, mas depois os números sumiram do site.
Apenas nesta quarta o conselho, que é ligado ao governo Maduro, confirmou a vitória do candidato chavista, Justo Noguera Pietri, por uma diferença de pouco mais de 1.400 votos.
Segundo Velasquez, o Conselho Eleitoral invalidou os votos que lhe dariam a vitória. Com isso, ele e aliados fizeram um ato em frente a sede do conselho eleitoral em Ciudad Bolivar, capital do Estado. Cerca de 50 pessoas participaram da manifestação.
“Eu vou demonstrar para o mundo que esse processo eleitoral é fraudulento”, disse Velasquez a uma rádio local.