CLEOMAR ALMEIDA
GOIÂNIA, GO (FOLHAPRESS) – O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), sinalizou na tarde desta quinta-feira (19) que poderá estender o prazo de início de distribuição da farinata a alunos da rede pública municipal de ensino, previsto por ele para ocorrer até o fim deste mês.
“Se precisar um pouco mais de tempo, nós não temos que ter pressa”, disse em visita a Goiânia, onde se encontrou com o governador Marconi Perillo (PSDB), participou de um fórum e ainda receberia o título de cidadão goiano.
A farinata é uma farinha feita com alimentos perto de atingirem a data de validade que seriam descartados por produtores ou revendedores. O produto serve de base para o granulado alimentar que virou polêmica nos últimos dias, quando Doria divulgou que distribuiria o composto para famílias de baixa renda da cidade.
Com o anúncio de introduzir a farinata, o prefeito ignora a Secretaria de Educação e normas municipal e federal que regem a alimentação escolar.
Questionado se manteria a previsão inicial de incorporar o composto à merenda escolar, o tucano não deu prazo. “Estamos estudando isso, porque o objetivo é sempre fazer algo positivo e adequado”.
Segundo o prefeito, a proposta da farinata foi transformada em um projeto de lei e que a sancionou após ser aprovada pela Câmara. O programa de alimentação solidária, apresentado para a prefeitura, foi desenvolvido por uma ONG.
O prefeito criticou o que chama de “aspecto ideológico” sobre o tema. “Vamos tirar um pouco o aspecto ideológico que esse tendo na cidade, com manifestações do PSOL, do PT, dos partidos de esquerda, os quais, aliás, muito curiosamente, porque, quando o PT desejou fazer o Fome Zero, durante dois anos do início do governo Lula, nada fez.”
Para o tucano, o programa de alimentação “é bom e positivo”. “Vamos fazê-lo sem pressa, sem afobação, sem viés ideológico”, afirmou. “Volto a dizer as palavras do cardeal Dom Odilo Sherer, arcebispo de SP: ‘Fome não tem partido e não pode ser tratada como questões ideológicas e partidárias. A fome da população deve ser atendida com alimentação provida pelo Estado.'”