ANA LUIZA ALBUQUERQUE CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – O juiz Sergio Moro condenou os operadores Jorge Luz e Bruno Luz, nesta sexta-feira (20), por envolvimento em esquema de corrupção na Petrobras. Jorge, o pai, foi sentenciado a 13 anos e oito meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Bruno deverá cumprir seis anos e oito meses, por lavagem de dinheiro. A Justiça entendeu que pai e filho atuaram como operadores do PMDB em esquema de corrupção na Petrobras, ao movimentar US$ 42,5 milhões em propina em contratos de navios-sonda da estatal. Em depoimento em julho, Jorge Luz admitiu que fez pagamentos de propina a políticos do PMDB.

Jorge e Bruno, detidos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, estão presos preventivamente desde fevereiro deste ano. Eles negociam acordo de colaboração premiada.

Na sentença, Moro afirma que Jorge e Bruno Luz fazem “do crime de corrupção e de lavagem a sua profissão, visando seu próprio enriquecimento ilícito e de terceiros”. Também foram condenados Milton e Fernando Schahin, do grupo Schahin, que firmou um dos contratos em troca de propina de US$ 2,5 milhões, e os ex-funcionários da Petrobras Agosthilde Mônaco, Demarco Epifânio e Luis Carlos Moreira, da área Internacional, que teriam recebido parte dos valores. Sentenciado a 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-gerente da Petrobras Luis Carlos Moreira da Silva teve a prisão preventiva decretada na manhã desta sexta, sob suspeita de destruir provas.

Demarco foi condenado a seis anos e sete meses por corrupção; Agosthilde a três anos e seis meses por lavagem de dinheiro; e Fernando Schahin a nove anos e nove meses por lavagem de dinheiro. Agosthilde não cumprirá a pena porque o crime prescreveu. Cometido em 2007, a denúncia foi recebida somente em 2017.

Moro declarou a extinção da punibilidade. A pena de Milton Schahin, condenado por lavagem de dinheiro, foi estipulada segundo acordo firmado com o Ministério Público Federal. Ele deverá cumprir seis meses em regime fechado, seis meses em prisão domiciliar e mais um ano em regimento semiaberto diferenciado. Procurada, a defesa de Demarco Jorge Epifânio afirma que qualquer manifestação será realizada nos autos. O advogado de Agosthilde Mônaco diz que a sentença foi tecnicamente acertada ao reconhecer a prescrição da pretensão punitiva. A reportagem não obteve resposta das defesas dos outros réus.