Deu no New York Times (confira a reportagem original). O poeta chileno Pablo Neruda, ganhador de um prêmio Nobel, não morreu por causa de um câncer, como indica sua certidão de óbito.

A descoberta foi anunciada em Santiago, capital chilena, na última sexta-feira por um grupo internacional de especialistas forenses que analisaram os restos mortais do poeta.

Agora, aumentam as especulações sobre um possível assassinato do escritor, que era também diplomata e foi eleito senador pelo Partido Comunista. Ele chegou a ser pré-candidato à presidência do país, mas renunciou em prol de uma frente única da esquerda do país, que venceria as eleições com Salvador Allende.

Curiosamente, a morte do poeta ocorreu oito dias após o golpe que derrubou o socialista Allende e colocou Pinochet no poder.

As notícias de um possível assassinato são recorrentes desde que Manuel Arraya, que foi um jovem militante das Juventudes Comunistas, designado pelo partido em 1972 para ser motorista e guarda-costas pessoal de Pablo Neruda, afirmou numa entrevista a uma revista mexicana que o poeta teria sido envenenado numa clínica privada de Santiago em que estava se tratando.

Arraya alega que não testemunhou a injeção ser aplicada no poeta, mas diz que o próprio Neruda lhe contou sobre em seu leito de morte, quando estavam sozinhos.

Em 2013, o juiz Mario Carroza ordenou que os restos de Neruda fossem exumados e enviados a laboratórios do Canadá e da Dinamarca para análise. São os resultados desses estudos que agora causam suspeitas sobre a morte do poeta, que poderia ter ocorrido por conta de algum tipo de infecção ou por uma bactéria mortal encontrada em uma das amostras.

De toda forma, permanece um mistério o que teria realmente causado a morte de Neruda ou mesmo qual a origem da bactéria. São essas, inclusive, as próximas perguntas que os pesquisadores tentaram responder.