EDUARDO GERAQUE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O resultado do clássico no Pacaembu gerou alívio na torcida do São Paulo, que desde que Dorival Júnior chegou ao time, em julho, não comemorava duas vitórias seguidas.
Mas o próprio treinador, que ganhou seu primeiro clássico no comando da equipe neste sábado (28), na vitória sobre o Santos por 2 a 1, ainda se diz preocupado com o risco do rebaixamento. Faltam sete rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro.
“Temos tranquilidade [por causa do resultado] em termos. Estamos respirando mais aliviados, mas o campeonato não permite nos dar o luxo de relaxarmos” afirmou Dorival após o clássico.
Por outro lado, com o revés, o Santos parou nos 53 pontos e perdeu a chance de encostar no líder Corinthians.
A boa partida feita pelo São Paulo, principalmente no início do jogo, quando fez 2 a 0 em 21 minutos de partida, passa pela volta da confiança, segundo Dorival.
“A equipe oscilou, em alguns momentos, mas está ganhando corpo e vem encontrando um caminho ainda não consolidado”, disse.
Mas o que parecia ser uma tarde tranquila para a torcida do São Paulo, que apoiou o time desde a saída do centro de treinamento na Barra Funda, começou a voltar ao normal ainda no primeiro tempo. Com o gol de Alison, o Santos diminuiu aos 33 minutos e assustou os 40 mil são-paulinos presentes.
Ao contrário de outras atuações, porém, o time tricolor não desabou ao levar um gol.
CONFIANÇA
Segundo Dorival, os gols do São Paulo contra o Santos apontam o caminho que o time está encontrando.
No primeiro, Marcos Guilherme disparou na corrida por meio da zaga do Santos. Hernanes, do outro lado do campo, percebeu e fez um lançamento preciso. O atacante, com um toque, encobriu o goleiro Vanderlei.
“Nós treinamos muito este tipo de jogada. O Hernanes percebeu a minha movimentação”, disse Marcos Guilherme sobre o seu gol, o quinto dele na competição.
O segundo gol da equipe surgiu após uma rápida troca de passes, com participação de Pratto e Hernanes. A bola chegou a Cueva, que empurrou para fazer o terceiro gol dele neste Brasileiro.
Se o técnico Levir Culpi armou o Santos com três atacantes e três volantes, os quatro homens de criação do São Paulo se sobressaíram na maior parte do jogo. Marcos Guilherme, Petros, Hernanes e Cueva conseguiram criar boas jogadas de gol, principalmente na etapa inicial.
Na defesa, apesar de as saídas do gol do goleiro Sidão ainda assustarem a torcida, Rodrigo Caio e Arboleda fizeram uma partida segura. Militão também ganhou quase todos os confrontos diretos com Bruno Henrique, um dos artilheiros do time do Santos.
A troca do Morumbi pelo Pacaembu, por causa de vários shows em seu estádio do São Paulo, não está sendo prejudicial. É a terceira vitória seguida do time no estádio, após partidas contra Santos, Flamengo e Atlético-PR.
A boa fase de Dorival no Pacaembu é ainda maior. Ele tem 14 conquistas seguidas em jogos no estádio. Ao todo, são 11 vitórias no comando do Santos e três com o São Paulo. “É só uma feliz coincidência, fruto de um trabalho”, afirmou o treinador.
Levir Culpi disse que “não ficou satisfeito” com a derrota santista. “As dificuldades que nós sentimos, todos os times sentem”, concluiu.

SÃO PAULO
Sidão; Militão, Arboleda, Rodrigo Caio e Edimar; Jucilei; Cueva (Gomez), Petros, Hernanes e Marcos Guilherme; Pratto.
T.: Dorival Jr.

SANTOS
Vanderlei; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, David Braz e Jean Mota; Alisson (Serginho), Renato e Matheus Jesus (Kayke); Lucas Lima (Copete); Bruno Henrique e Ricardo Oliveira.
T.: Levir Culpi

Árbitro: Anderson Daronco (Fifa-RS)
Público/Renda: 34.461 (pagantes); 40.004 (total)/R$ 954.807,00
Cartões amarelos: Matheus Jesus (SAN), Bruno Henrique (SAN), Jean Mota (SAN), Lucas Lima (SAN), Ricardo Oliveira (SAN), Serginho (SAN) e Jucilei (SÃO)
Gols: Marcos Guilherme (SÃO), aos 16 minutos do primeiro tempo; Cueva, aos 21 minutos do primeiro tempo (SÃO); e Alison, aos 33 minutos do primeiro tempo (SAN).