O futuro é uma das maiores preocupações para qualquer mãe ou pai que tenha um filho com deficiência intelectual. Não à toa, um questionamento recorrente é: E quando eu não estiver mais aqui, como será? Como eles vão ficar? Foi a partir de uma pergunta assim que nasceu a ONG Lar Assistido (OLÁ), que é uma espécie de escola da vida para as pessoas com deficiência, ajudando-as a ter autonomia e independência para fazer sozinho coisas como lavar a louça, arrumar o quarto, dobrar a roupa e mexer com dinheiro.
Fundada há dois anos e meio em Curitiba, a instituição conta desde maio com um Centro-Dia, localizado no bairro Hugo Lange, com capacidade para atender de 10 a 12 pessoas. Lá, os atendidos aprendem a dobrar roupa, circular na rua, arrumar o quarto, mexer com dinheiro. É uma escola da vida, porque se foca em matemática, português, geografia, eles vão fazer o quê? O mais importante para esses jovens é saber se virar mesmo, ter independência e autonomia, afirma Célia Ângelo, presidente da OLÁ e mãe de um rapaz com autismo.
Foi a partir do trabalho do psicólogo Willyan Maffezzolli com o filho de Célia, inclusive, que surgiu a OLÁ. Na adolescência meu filho começou a ter comportamento mais difícil, ao ponto de eu não poder sair de casa com ele. Foi quando o psicólogo começou a atender meu filho em casa, iniciando um trabalho muito bonito que durou 11 anos.
Aos poucos o rapaz foi evoluindo dentro de casa. Passou a lavar louça, fazer compras no mercado. Percebi que um olhar mais próximo fazia a diferença. Então começamos a nos questionar para onde esse trabalho poderia crescer mais, relata Célia.
Com vagas disponíveis para atendimento no Centro-Dia, a instituição pede uma contribuição dos pais que têm condições de ajudar. Por enquanto não temos nenhum tipo de ajuda do governo. Tudo o que conseguimos foi com nossos próprios esforços, mas isso ainda não é o suficiente, porque queremos um fundo de reserva para construir as moradias no futuro. O que já estamos fazendo é a cada dois ou três pagantes oferecer uma ou duas vagas sociais, explica Suely Teresinha Schmidt, mãe de Laura, que tem síndrome de down, e também uma das fundadoras da OLÁ.

Aceita um Café Especial?
No próximo dia 19, das 15h30 às 20 horas, a OLÁ irá promover na Mansão Merano, em Santa Felicidade, um café colonial especial para conseguir arrecadar fundos. Os convites, que estão sendo vendidos por R$ 42, podem ser adquiridos por meio do site Eventbrite. Além disso, em dezembro a instituição também realizará um bazar, cuja data e endereço serão divulgados em breve.
Estamos precisando de um fundo de amparo para a rotatividade de profissionais e também estamos arrecadando capital para no futuro construir as moradias assistidas. Para o Café, contamos com o apoio do restaurante, que faz um preço reduzido e em contrapartida precisamos de até 300 pessoas para encher o salão. Quem comprar o café colonial já estará nos ajudando bastante, destaca Célia.
Superprotetoras
De acordo com o psicólogo Willyan Maffezzolli, que há 10 anos trabalha com pessoas com deficiência, uma das maiores dificuldades que as famílias que tem filhos com deficiência intelectual é com relação à compreensão das necessidade e potencialidades dessas pessoas, que têm potencial de autonomia, mas exigem um tempo diferenciado de aprendizado.
Em geral, ou a família costuma fazer tudo para a pessoa com deficiência ou ela é negligenciada, deixada de lado, e acaba tendo de fazer tudo por conta. Ou seja, ou exigem querem exigir demais ou de menos”, diz.

SERVIÇO
OLÁ – ONG Lar Assistido
Endereço: Rua Presidente Rodrigo Otávio,1780. Hugo lange
Site: https://onglarassistido.wordpress.com
Telefones: (41) 99596-2166 / (41) 99827-9226 / (41) 99940-4700
O que faz: É uma espécie de escola da vida para pessoas com deficiência intelectual a partir dos 16 anos, incentivando-os a ter autonomia e independência no cotidiano e incentivando o crescimento de acordo com suas potencialidades e limitações.
Voluntários: Aberto a qualquer pessoa que estiver interessada em ajudar, sem necessidade de ter experiência no trato com pessoas com deficiência. Para se voluntariar, basta entrar em contato com a ONG.
Doações e parcerias: Doações financeiras podem ser feitas por meio de depósito bancário. As informações para o depósito são: Banco do Brasil. Agência 1534-2 Conta Corrente 34779-5. CNPJ 23.921.738/0001-97. Além disso, a instituição também conta com o apoio de empresas, que podem entrar em contato para oferecer ajuda.