SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Mais de 200 pessoas foram investigadas na Arábia Saudita como parte de uma operação anticorrupção que começou no último sábado (4), anunciou nesta quinta-feira (9) o procurador-geral do país, Saud Mojeb.
A operação atingiu príncipes, ministros e empresários, e diz respeito a desvios de fundos que chegariam a US$ 100 bilhões (R$ 326 bilhões) em dez anos, disse Mojeb.
“No total, 208 pessoas foram convocadas para interrogatório até o momento. Dessas 208 pessoas, sete foram liberadas sem acusação. A amplitude potencial dos atos de corrupção revelados é enorme”, afirmou em nota o ministério da Informação.
O governo não esclareceu se os 201 que não foram liberados continuam detidos.
Príncipes, incluindo o famoso bilionário Alwaleed bin Talal, ministros e empresários foram apreendidos no sábado à noite durante uma operação que se seguiu ao estabelecimento de uma nova comissão anticorrupção presidida pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, 32.
As autoridades congelaram as contas bancárias dos acusados e anunciaram que qualquer atividade relacionada a temas de corrupção seria confiscada como propriedade do Estado.
As prisões são consideradas uma tentativa de Bin Salman consolidar seu poder, prendendo famílias rivais dentro do clã que comanda o país. Ele foi apontado em junho como príncipe herdeiro por seu pai, o rei Abdulaziz Al Saud, 8.
LÍBANO
Também nesta quinta (9), Riad recomendou que sauditas não viajem para o Líbano e pediu que aqueles que já estejam no país saiam imediatamente.
“Devido à situação no Líbano, o reino [saudita] pede aos seus cidadãos que visitam ou vivem no Líbano para sair o mais rápido possível e aconselha seus cidadãos a não viajarem” para esse país, disse a agência de notícias oficial do governo, citando uma fonte não-identificada.
O Líbano passa por uma crise desde sábado, quando o premiê Saad Hariri renunciou ao cargo dizendo que corria risco de ser morto e que o Hizbullah, aliado do Irã, queria assassiná-lo.
Hariri fez a declaração de Riad, onde está desde o anúncio de sua saída do cargo.
A ação aumentou a tensão entre Riad e Teerã, rivais no Oriente Médio.