FLÁVIA LIMA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo conferiu nota 4, de um ranking entre 0 e 10, para a gestão de empresas estatais. O novo indicador de governança, uma espécie de selo de qualidade conferido pelo ministério do Planejamento, contempla três critérios: gestão e controle, transparência e informação e funcionamento de órgãos de governança, como comitês e conselhos.
Na média, as empresas conseguiram 5,7 em gestão e controle; 3,2 em transparência; e apenas 1,9 no indicador que avalia a instalação de comitês de auditoria nas empresas. De um total de 150 estatais federais, 48 participaram do processo de avaliação.
Empresas como Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal conseguiram o selo máximo de gestão. No total, oito empresas conseguiram o nível 1 de governança das estatais. Entre elas, pelo menos cinco estão envolvidas em operações suspeitas de corrupção.
“Aquela Petrobras envolvida em escândalos não levaria nota 10”, disse o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. Ele frisou que a nota foi dada à gestão atual, a “esta Petrobras”, disse.
Os dados para alimentar a o indicador, complementou, foram coletados entre agosto e outubro deste ano. O índice, segundo Oliveira, vai subsidiar políticas como alocação de pessoal, reajustes e autorização para concursos.
PIORES
Do total, 16 companhias como a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e a Docas do Maranhão, aparecem no nível 4, o de pior avaliação.
Essas empresas são mais dependentes do Orçamento do governo porque não tem sócios privados e estão mais sujeitas a indicações políticas. O ministro, porém, negou que as indicações afetem o desempenho.
“Não podemos dizer que qualquer indicação do governo é tecnicamente incompetente. Precisamos evoluir nessa discussão”, disse.
NÍVEIS
O indicador de governança engloba quatro níveis. No pior deles estão empresas com notas entre zero e 2,59 e, no melhor, entre 7,6 e 10. Petrobras e Banco do Brasil levaram nota 10, seguidas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com 9,5.
Eletrobras e Engea, empresa de gestão de ativos, ganharam 8, seguidas por Caixa, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste com 7,6.
Entre as 48 companhias analisadas, 8 estão no nível 1; 4 no nível 2; 20 no nível 3 e 16 no nível 4.
Segundo o ministro do Planejamento, o objetivo do indicador é complementar os dispositivos da Leis das Estatais.