Alimentado por sua fé restaurada na humanidade e inspirado pelo ato de altruísmo de Superman – definido no filme anterior da DC Comics — Bruce Wayne (Ben Affleck) busca a ajuda de sua nova aliada, Diana Prince (Gal Gadot), para encarar um inimigo ainda maior. Juntos, Batman e Mulher-Maravilha trabalham rapidamente para encontrar e recrutar um time de metahumanos para encarar Steppenwolf , o vilão, líder militar de Apokolips, imortal, habilidoso em todos os tipos de combate e tio de Darkseid Steppenwolf vai invadir a Terra com os parademônios pronto para destruir tudo, em trama baseada nos quadrinhos Novos 52.

Mas apesar da formação dessa liga sem precedentes de heróis – Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman (Jason Momoa) , Ciborgue (Ray Fishe ) e Flash (Ezra Miller) – talvez seja tarde demais para salvar o planeta de um ataque de proporções catastróficas. Salvar as cidades de Metrópolis e Gotham das garras de supervilões pode ser pressão suficiente para um herói de capa tradicional, mas o elenco do filme ‘Liga da Justiça’ também tem que enfrentar outro inimigo igualmente aterrorizante: os críticos de cinema. O filme estreia amanhã, nos cinemas de todo o Brasil sob forte desconfiança da crítica especializada e dos fãs mais ardorosos.

O filme é a atração mais recente da série de super-heróis da DC Comics que, com exceção de ‘Mulher Maravilha’, tem encontrado resistência no público e não tem conseguido se equiparar aos filmes de super-heróis da rival Marvel nas bilheterias e sucesso de crítica em todo o mundo.

O longa dirigido por Zack Snyder e finalizado por Joss Whedon tem aproximadamente duas horas de duração porque este foi o limite temporal imposto pelo CEO da Warner, Kevin Tsujihara. Para tentar quebrar a resistência dos fãs e críticas, o filme está mais leve e com muitas piadas, ou seja, mais parecido com o da Mulher-Maravilha.

O filme é uma ideia antiga: desde 2007, estava nos planos da Warner Bros., distribuidora do longa, e da DC Comics. Depois de lançar os sucessos da nova fase do Universo Estendido DC nos cinemas, com Homem de Aço, ‘Batman vs Superman: A Origem da Justiça’ e ‘Esquadrão Suicida’.

Estão no elenco também Amber Heard (Mera), Willem Dafoe (Vulko), J.K. Simmons (Comissário Gordon), Jeremy Irons (Alfred) e Amy Adams (Lois Lane).


‘Mulher-Maravilha’ foi divisor de águas

Por: Pedro Antunes

Três noites antes percorrer mais um tapete vermelho estendido na entrada de um cinema para a estreia de ‘Liga da Justiça’, no início de novembro, em uma gélida Londres – cuja temperatura se aproximava do 0º C -, Gal Gadot ouviu de um amigo a teoria de que o filme protagonizado por ela, Mulher-Maravilha, lançado em junho deste ano, havia mudado o jogo de Hollywood para sempre – e para o bem. Depois de experiências positivas com protagonistas femininas no cinemão blockbuster, principalmente com a franquia ‘Jogos Vorazes’, de Jennifer Lawrence, o longa-metragem dirigido por Patty Jenkins, enfim, mexia no universo dos super-heróis que mais parecia um vestiário masculino.
Ele me disse que, mesmo subconscientemente, aquele filme transformou as coisas. Como se ele tivesse sido um gatilho para que algo mudasse, conta Gal, sentada em uma das duas poltronas posicionadas no centro do quarto decorado como o local de trabalho da arqueóloga Diana Prince, a versão civil da Mulher Maravilha – sim, heróis também têm empregos. E, dias depois, estamos conversando aqui de novo. Isso me faz pensar que talvez seja verdade.
A presença da força do feminino no Clube do Bolinha mais rentável (os filmes de heróis) de um ambiente já exageradamente machista e abusivo (Hollywood) é fundamental no discurso de igualdade de gêneros.
Coincidência ou não, meses depois de ‘Mulher-Maravilha’, o filme, o antigo sistema parece ter rachado. Se for isso, mesmo, eu fico feliz, diz Gadot.