AMANDA NOGUEIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Como se esperasse o sol ardente dar uma trégua, PJ Harvey subiu ao palco do Memorial da América Latina com 20 minutos de atraso na tarde desta quinta (15). Em uma espécie de cortejo, a cantora entrou em fila com os nove integrantes de sua banda ao som de tambores que atribuíam à ocasião um clima ritualístico.
A inglesa, que havia se apresentado um dia antes em um show beneficente no Teatro Bradesco, em São Paulo, fazia agora sua apresentação no Popload Festival que, mais tarde, teria também um show surpresa de AlunaGeorge e o já aguardado dos franceses do Phoenix.
A pouca interação com os fãs -apenas um “obrigada” e “minha banda” durante todo o show de 1h20- era compensada por um olhar contemplativo e sua voz constantemente afinada e distinta.
Foram as faixas dos dois últimos álbuns, “Let England Shake” (2011) e “The Hope Six Demolition Project”, que sobressaíram no repertório de 17 canções.
Em um momento de “All and Everyone”, PJ se recolheu ao fundo do palco como se quisesse deixar brilhar os músicos que evocavam o violino e o saxofone. Já em “White Chalk”, a guitarra primitiva cigfiddle, ou cigar box, de Alain Johannes chamou a atenção de curiosos.
No entanto, foi lá para a metade do show que o público, composto por jovens adultos e adultos jovens, mais envelhecido do que em festivais como o Lollapalooza, identificou as trilhas que embalaram os anos 1990, época em que a cantora e compositora despontou como referência na cena do rock alternativo mundial.
Polly Jean levantou o público com “50 Ft Queenie”, single de seu terceiro álbum, “Rid of Me”, de 1993. Viu empolgação ao cantar “Down By The Water” e “To Bring You My Love”. Encerrou sua segunda passagem pelo Brasil -a primeira foi em 2004, como atração do TIM Festival- com “River Anacostia”, acompanhada de bateria, teclados e backing vocals em uma performance coralística.