Na reta final das obras, o Restaurante Popular do Capanema tem previsão de ser reinaugurado na segunda quinzena de dezembro. Nas próximas semanas, funcionários do consórcio ETM, responsável pelo renascimento do espaço, vão concluir as obras de acabamento do novo restaurante popular, localizado sob o Viaduto do Capanema, próximo à Rodoferroviária, no Centro da capital. Segundo Leandro Carlos Ribas, diretor da empresa ETM , o local já está 80% pintado e, nesta semana, os operários estão finalizando a colocação de azulejos em banheiros e áreas internas, do piso central de granitina e das forrações de teto em espaços de apoio.

Além disso, a equipe do consórcio será responsável por instalar interruptores, tomadas, luminárias e peças dos sanitários. É uma obra que exige alguns cuidados, pois está sendo realizada sob um viaduto, que sofre dilatação natural, devido as variações de temperatura e ao tráfego. Assim, foi preciso todo um cuidado na hora da construção da nova alvenaria e da instalação das esquadrias das janelas, lembrou o executivo.

O novo Restaurante Popular do Capanema, que integrará a rede administrada pela Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Smab), terá bilheteria, praça de alimentação, espaço de recebimento e manipulação das refeições, área de higienização de utensílios, banheiros, vestiários e salas de apoio. Com a finalização das obras do consórcio, a Smab poderá iniciar a colocação, em seguida, dos equipamentos para servir refeições (que não serão preparadas no local), bem como das mesas e cadeiras da praça de alimentação, afirma o secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, Luiz Gusi.

A reconstrução do Restaurante Popular do Capanema está recebendo R$ 1,3 milhão de investimento e é uma medida compensatória socioambiental pela implantação do estacionamento subterrâneo, sob a Avenida Presidente Affonso Camargo, pelo consórcio ETM, formado pelas empresas Estapar, Tucumann e J. Mallucelli. Além disso, o Governo do Estado repassou para a prefeitura R$ 345 mil, que estão sendo usados para a compra dos equipamentos para servir e do mobiliário da praça de alimentação.

Refeições balanceadas

O novo restaurante terá capacidade para servir 1 mil refeições por dia, mas inicialmente irá oferecer 500 pratos. Para atender às normas da Vigilância Sanitária, os alimentos chegarão ao local prontos para serem servidos. Não haverá cozinha, mas uma área para recebimento das refeições e inspeção pelas nutricionistas da Smab. De acordo com Morgiana Maria Kormann, coordenadora dos restaurantes populares (Matriz, Sítio Cercado, CIC/Fazendinha e Pinheirinho), o padrão da alimentação no local será o mesmo das atuais unidades de Curitiba, com refeições balanceadas e de qualidade. O Restaurante Popular do Capanema retorna para atender a uma solicitação da população do entorno e, ao mesmo tempo, garantir o direito ao acesso universal à alimentação, salienta ela.

Segundo o arquiteto Mauro Magnabosco, do setor de Projetos Especiais do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e responsável pelo projeto, o novo restaurante popular foi desenhado para ser eficiente e oferecer conforto à população no momento das refeições. O fluxo de entrada e saída das pessoas foi pensado de forma a possibilitar que o restaurante funcione dentro de uma lógica na qual seja possível que cidadão tenha acesso aos lavatórios na chegada, siga ao bufê para fazer a escolha do alimento, acesse as mesas e, na saída, deposite o prato para que seja higienizado e devolvido limpo ao próximo cliente.

Na parte externa ao restaurante, de frente para a Avenida Affonso Camargo, estará o espaço de atendimento da Fundação de Ação Social (FAS), um receptivo para o cadastro de pessoas em situação de vulnerabilidade. Elas terão prioridade no uso do restaurante. No espaço oposto, de quem desce pela Rua Ubaldino do Amaral, estará o posto da Guarda Municipal.

Pioneirismo

Inaugurado em novembro de 1993, na primeira gestão de Rafael Greca como prefeito, o Restaurante Popular do Capanema conquistou o Brasil pela proposta pioneira de oferecer refeições de qualidade, na época a R$ 1. O imóvel foi fechado no começo de 2000 e, até o fim do ano passado, estava sendo usado como abrigo por pessoas em situação de risco social e usuários de drogas.

Os restaurantes populares atuais da Prefeitura têm como missão garantir uma alimentação saudável a preços mais baixos. As unidades são frequentadas diariamente por 4,2 mil pessoas, que têm acesso a um cardápio balanceado, a R$ 2, incluindo sobremesa. Todos os dias o menu muda, mas é o mesmo nas quatro unidades. Os locais ficam abertos para almoço de segunda à sexta-feira, das 11h às 14h, e são fornecidas 1,8 mil refeições por dia na unidade da Matriz e 800 refeições em cada um dos três outros pontos.