LETÍCIA CASADO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifestou a favor da manutenção da prisão preventiva de Geddel Vieira Lima, ex-ministro do governo Michel Temer. Em documento encaminhado ao ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), na sexta-feira (17), o vice-procurador-geral Luciano Maia afirmou que uma eventual concessão de liberdade a Geddel “coloca em grave risco a ordem pública e vulnera a garantia da aplicação da lei penal”. Maia ressalta que o ex-ministro é suspeito de ter ocultado quase R$ 51 milhões em um apartamento, que, quando descoberto, “constituiu a maior apreensão de dinheiro vivo da história criminal” do país. O procurador destaca informações dadas por Job Ribeiro Brandão, ex-assessor de Geddel e de seu irmão, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). As digitais de Job foram identificadas no dinheiro que estava no imóvel. No documento, Maia afirma que Job disse à Polícia Federal que destruiu agendas e documentos a pedido de Geddel, de Lúcio e de Marluce, a mãe deles, enquanto o ex-ministro cumpria prisão domiciliar, em Salvador. E que existe a suspeita de que os irmãos tenham cometido crime de peculato, pois Job disse que devolvia cerca de 80% do salário como assessor parlamentar (R$ 8.000) aos políticos. Em nota, o advogado de Geddel, Gamil Föppel, disse que “é de se lamentar que, mais uma vez, as agências responsáveis pela persecução penal (Ministério Público e Polícia) permaneçam na constante postura de violação ao devido processo legal, impedindo o pleno exercício do contraditório e ampla defesa, ao impossibilitar o acesso a provas já produzidas e documentadas”.