SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-ditador do Zimbábue Robert Mugabe recebeu imunidade de processos e a garantia de que sua segurança será preservada em sua residência no interior do país, como parte de um acordo que levou à sua renúncia após quase quatro décadas no poder. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (23) pela agência de notícias Reuters e pelo o jornal britânico “The Guardian”. O deputado Ziyambi Ziyambi, do partido governista Zanu-PF, confirmou a imunidade ao jornal britânico. “Ele foi nosso presidente e concordou em renunciar, então vai receber os benefícios de um ex-presidente, assim como sua mulher”, disse o parlamentar, que também é ex-ministro. Mugabe comandava o Zimbábue desde sua independência, em 1980, mas renunciou na terça-feira (21) depois que o Exército tomou o poder e o partido governista se voltou contra ele. O ex-vice-presidente Emmerson Mnangagwa deve tomar posse como novo presidente na sexta-feira. Uma fonte do governo afirmou que Mugabe, de 93 anos, disse aos negociadores que deseja morrer no Zimbábue e não planeja viver no exílio. “Foi muito comovente para ele, e ele foi enérgico a esse respeito”, disse uma fonte anônima à Reuters, que não está autorizada a revelar detalhes do acordo negociado. “Para ele era muito importante que lhe garantam segurança para ficar no país… Embora isso não vá impedi-lo de viajar ao exterior quando quiser ou precisar”, afirmou a fonte. A queda rápida de Mugabe foi desencadeada após o ex-ditador afastar Mnangagwa do cargo de vice-presidente, fortalecendo a primeira-dama Grace como sua sucessora no comando do país. Segundo o “Guardian”, além de Mugabe, Grace e o restante da família também receberão a imunidade e terão a garantia de segurança.