SYLVIA COLOMBO BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – O porta-voz da Marinha, Enrique Balbi, afirmou na manhã desta quinta-feira (23) que a “anomalia hidroacústica” detectada no dia anterior por meio de uma agência dos EUA e reportada à Marinha argentina “coincide” com uma nova informação, desta vez vinda da Áustria, de que, no mesmo local e horário, teria havido um “evento anômalo, singular, curto, violento e não nuclear, consistente com uma explosão”.

O incidente teria ocorrido a 30 milhas do local em que o ARA San Juan teria feito seu último contato. Desde que a informação sobre a “anomalia hidroacústica” foi detectada, enviaram-se navios com sondas e aeronaves argentinas, norte-americanas e brasileiras. Balbi reforçou, porém, que ainda não se tem certeza de que se trata do submarino buscado.

“Não sabemos o que provocou esse ruído, nem se se trata do ARA San Juan, mas as informações sobre a localização coincidem”, afirmou.

Indagado sobre o fator tempo e o fato de especialistas dizerem que, em caso de estar submerso, o submarino já estaria com pouco ou nenhum oxigênio, Balbi reforçou: “Seguiremos buscando, até ter evidência concreta de onde está o submarino e nossos 44 tripulantes.” A localização com que as forças de busca trabalham está no golfo de San Jorge, a 434 km da costa, a sudeste da península Valdés, na Província de Chubut.

Antes da entrevista coletiva de Balbi, as informações foram repassadas a familiares dos 44 tripulantes. “Mataram o meu irmão, filhos da puta. Mataram o meu irmão porque o fizeram navegar num pedaço de arame”, gritou um parente que saía da Base Naval de Mar del Plata depois de ser informado do último boletim da Marinha.