LETÍCIA CASADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Marco Aurélio, do STF (Supremo Tribunal Federal), revogou nesta quinta-feira (7) a prisão domiciliar de Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG). A decisão atinge ainda outros dois acusados de formar esquema de corrupção com o tucano para receber R$ 2 milhões da JBS: seu primo Frederico Pacheco e o ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).
Marco Aurélio também revogou a necessidade de eles usarem tornozeleira eletrônica.
O ministro afirma que os três devem “adotar a postura que se aguarda do homem médio, integrado à sociedade”, além de indicar local de residência, informar eventual transferência e atender aos chamamentos judiciais.
Aécio, Andrea, Pacheco e Mendherson foram denunciados em junho pela PGR (Procuradoria-Geral da República): o senador é acusado de ter cometido crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça, enquanto os outros três foram denunciados apenas por corrupção passiva.
“Conforme ressaltado, tem-se medidas a revelarem constrições projetadas no tempo, incluindo o recolhimento domiciliar, o qual ganha contornos de prisão mitigada. A par desse dado, verifica-se que a denúncia, quanto aos requerentes, ficou restrita à corrupção passiva em coautoria”, escreveu o ministro.
Essa denúncia ainda não foi analisada pela primeira turma do Supremo. Caberá aos ministros decidir se recebem a acusação. Caso a denúncia contra o tucano seja recebida, Aécio vira réu no STF e passa a responder a uma ação penal.
OPERAÇÃO PATMOS
Aécio foi gravado secretamente pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, pedindo R$ 2 milhões para pagar um advogado para defendê-lo na Lava Jato. O dinheiro foi inicialmente pedido por Andrea.
Com autorização do STF, a Polícia Federal filmou o pagamento de uma parcela.
Ele foi afastado do mandato pelo ministro Edson Fachin. Depois, o ministro Marco Aurélio assumiu o caso e devolveu o cargo ao senador.