A Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) de Curitiba cumpriu na última terça-feira (05/12), dois mandados de prisões preventivas contra um homem, de 26 anos, e uma mulher, de 22, suspeitos de participarem de um crime bárbaro, que vitimou Heverton Silva Assem, de 21 anos. Imagens encontradas pela polícia mostram que a vítima foi brutalmente morta, tendo partes de seu corpo dilacerado. 

A polícia chegou até a dupla após um trabalho de campo e inteligência, desencadeado pela Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP) sob a coordenação do delegado-titular, Jaime da Luz. 

As investigações iniciaram no mês de agosto, depois que a delegacia foi comunicada de um desaparecimento. Ao longo das diligências, a equipe policial conseguiu ter acesso a um cartão de memória e uma carteira de trabalho em nome da mulher de 22 anos. O objeto e o documento foram encontrados dentro de um Fiat/Pálio – veiculo envolvido em um acidente na cidade de Itu, Estado de São Paulo (SP). 

Conforme investigações, o veículo havia sido roubado em Curitiba. Durante a análise do material armazenado no cartão, a polícia localizou dois áudios, onde pessoas que se denominavam membros de uma facção criminosa, interrogavam e torturavam uma pessoa que relatou trabalhar em uma rede de hamburgueria. Nos arquivos a polícia também encontrou um vídeo que mostra os suspeitos decapitando a vítima. 

No vídeo havia um homem com uma camiseta da cor verde amarrada na cabeça. Nos arquivos há varias fotos desta mesma pessoa com a mesma camisa, que posteriormente foi identificada como sendo o jovem de 26 anos, conta o delegado. 

De acordo com informações apuradas pela polícia, a vítima é da cidade do Rio de Janeiro (RJ) e estava residindo em Curitiba temporariamente, há cerca de três meses, devido a curso de auxiliar de cozinha que estava fazendo em uma rede de hamburgueria situada no Largo da Ordem, Centro de Curitiba.

Na noite de sexta-feira dia 11 de agosto deste ano, a vítima junto com outro funcionário do estabelecimento, saíram até o Largo da Ordem, pois estavam hospedados nas proximidades da região. 

Os rapazes fizeram o uso de bebidas alcoólicas e a vítima resolveu comprar drogas nas proximidades da Praça Tiradentes. O jovem por ser uma pessoa comunicativa começou a conversar com os traficantes que haviam lhe vendido cocaína. Durante a conversa, o rapaz afirmou ser integrante de uma facção criminosa do Rio de Janeiro. O que a vítima não sabia é que os suspeitos também se denominavam integrantes de outra facção rival, relata Luz.

O amigo da vítima foi embora do local, pois se sentiu incomodado com assunto. A partir deste dia a vítima desapareceu. Ainda não se sabe exatamente quando e onde o jovem foi morto. O corpo ainda não foi encontrado. 

Conforme o delegado o homem, de 26 anos, negou o crime permanecendo em silêncio. Na delegacia a mulher, de 22 anos, também negou o seu envolvimento, mas afirmou que poderia ser a sua voz no áudio encontrado pela polícia. A suspeita chegou a rir do áudio. Ela também informou à polícia o envolvimento de uma terceira no homicídio. 

Investigações identificaram um jovem, de 23 anos, mais conhecido com Alissinho, com sendo a terceira pessoa envolvida no homicídio. Alissinho foi morto em confronto com a Polícia Militar (PM), após reagir a uma abordagem policial no dia 18 de outubro deste ano. 

Apesar das negativas dos suspeitos em admitir o envolvimento na morte, o conjunto das investigações possibilitou que a DPP representasse pela prisão dos suspeitos, concluí o delegado.

Os suspeitos já estavam detidos pelo crime de tráfico de drogas. Ambos responderão pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Eles estão à disposição da Justiça. As investigações seguem para a localização do corpo da vítima, bem como para a identificação de outros envolvidos no crime.