Nos últimos anos, a intolerância tem sido a tônica. Quem pensa diferente, seja em relação à política, sexualidade, preferências musicais ou até mesmo culinárias, é logo considerado burro, desinformado, imbecil, incapaz ou mal intencionado. Se você torce pra um time diferente ou se não gosta de futebol, pronto! Você já é julgado como alienado.

Aliás, a intolerância em assuntos que deveriam ser simplesmente resultado de uma tradição familiar ou de gosto pessoal, como seu time do coração ou seu estilo de música, é ainda mais incompreensível. Como podem se provocar tanto, se ofender, se humilhar e partir para a violência porque fulano torce pro Atlético ou Beltrano gosta de funk. Não é razoável.

E religião, então? Já perdi as contas das discussões em que me vi envolvida e que enveredaram para a falta de respeito e a agressão gratuita. Ora, as religiões certamente não pregam essa violência toda. Sempre tendemos a achar que a nossa crença é mais correta que as outras – até aí, tudo bem, pois é no que acreditamos. Mas isso não nos dá o direito de desrespeitar as crenças do outro. Ficamos pasmos ao ver guerras religiosas mundo afora, mas não nos damos conta da guerra em conta-gotas que travamos todos os dias, com nossos colegas de trabalho, vizinhos, parentes e até com estranhos.

Claro que é difícil conviver com a divergência. Quanto mais convictos somos das nossas crenças, ideologias, gostos, mais temos dificuldade em entender que alguém pode pensar diferente. Mas é imperioso começarmos a exercer a tolerância. É necessário perceber que a diversidade é enriquecedora. Lutamos tanto pela liberdade de expressão, de pensamento, de comportamento… e, de repente, isso tudo é jogado na lata de lixo com palavras virulentas, comportamentos agressivos, posturas radicais. Como dizem: Não é por aí!

A respeito do assunto, adapto aqui algumas palavras que o amigo Ronaldo Dom postou há poucos dias no Facebook, e que nos fazem pensar. Você não precisa concordar, é claro, mas vale refletir a respeito:
Não devemos partilhar nossas carências afetivas. Violência não é filme de ação. Bullying não é comédia e sexo nem sempre é sexy! Política, futebol e religião não se discute, mas dialoga-se! Opinião não se impõe, apenas se expõe. Equilíbrio é o segredo.