SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério Público Federal, a Receita Federal e a Polícia Federal deflagraram nesta segunda (11) a Operação Baixo Augusta, um desdobramento da Lava Jato que investiga um suposto esquema de pagamento de propina pela JBS para agilizar a liberação de recursos que a empresa teria a receber do Fisco. Estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Caraguatatuba, Campos do Jordão, Cotia e Lins. Em nota, o MPF afirma que o esquema funcionaria desde 2004. As investigações indicam que a JBS pagou cerca de R$ 160 milhões em propina, e obteve liberação de R$ 2 bilhões em crédito tributário ao longo de 13 anos, segundo o órgão. Procurada pela reportagem, a JBS afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “os valores recebidos referem-se a créditos tributários legitimamente devidos à empresa” e que a sede da companhia não é alvo da operação. A investigação foi iniciada a partir do acordo de colaboração premiada firmado entre o MPF e executivos da companhia. Teria sido identificada a participação de um auditor-fiscal da Receita, um empresário, um contador e um advogado falecido em 2016. Além do cumprimento dos mandados, a Justiça Federal determinou o afastamento do auditor-fiscal e o bloqueio de bens de pessoas beneficiadas pelo esquema e de empresas ligadas a elas.