SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Departamento de Estado dos EUA retrocedeu na quarta-feira (13) na sinalização de que poderia negociar com a Coreia do Norte sem impor precondições ao diálogo. Na véspera, o titular da pasta, Rex Tillerson, dissera em um evento em Washington não ser realista esperar que a ditadura de Kim Jong-un desistisse de suas ambições nucleares antes de as conversas começarem. Para ele, bastaria que, durante as tratativas, Pyongyang interrompesse testes com bombas de hidrogênio e lançamentos de mísseis. “Podemos conversar sobre o que quiserem. Mas vamos nos ver cara a cara para começar a desenhar um mapa, um roteiro do que estamos dispostos a fazer”, disse. A declaração marcou uma inflexão no tom da diplomacia norte-americana. Na quarta, porém, a porta-voz do departamento afirmou que os Estados Unidos estão dispostos a conversar com os norte-coreanos “quando for a hora certa”, mas que o encontro não pode acontecer agora porque o interlocutor não demonstra vontade de interromper seu programa nuclear. Nas palavras de Heather Nauert, precisaria haver, antes do início do diálogo, um “período de calmaria”. Ela negou que a fala do titular da pasta na terça tivesse apontado para uma nova abordagem da crise norte-coreana pelos EUA. Em outubro, logo após Tillerson declarar que buscava manter uma linha de diálogo com a ditadura de Kim, Trump criticou a ideia, dizendo que era perda de tempo buscar conversar com o país.