GUILHERME SETO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Câmara Municipal aprovou nesta quarta-feira (13) em segunda votação um projeto de lei do vereador Police Neto (PSD) que estabelece o fechamento do elevado João Goulart, o Minhocão, no centro de São Paulo, aos sábados e nos períodos de férias escolares (janeiro e julho). O projeto, que ainda depende de avaliação e eventual aprovação do prefeito João Doria (PSDB) para virar lei, também prevê que a restrição a veículos comece mais cedo nos dias de semana: ao invés do fechamento às 21h30, como ocorre atualmente, passaria a acontecer a partir das 20h. Nesses períodos de fechamento para carros, segundo o projeto, o elevado passa a se chamar “Parque Minhocão”. O projeto conta com prazos escalonados de cumprimento das metas. A partir da entrada em vigor do projeto, o viaduto passaria a fechar aos sábados em até 30 dias; passaria a ter restrição a veículos em 90 dias; e dentro de seis meses, as mudanças se aplicariam às férias escolares. Segundo a Folha apurou, a tendência da prefeitura é vetar o projeto, com base em estudos recentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Police Neto (PSD) tem defendido a ideia nos últimos quatro anos e conta com provável apoio do prefeito João Doria (PSDB), que deve sancionar o projeto em até 30 dias. No entanto, ainda não há sinalização de quando o fará e, por consequência, iniciará o processo progressivo de afastamento dos veículos do Minhocão. “Com o Minhocão aberto das 7h às 20h, melhora muito para quem mora no entorno, que ao invés de chegar em casa às 19h e aguentar duas horas de carro passando, vai poder ficar mais tranquilo. É muito positivo para a vizinhança. Para o usuário também é muito bom. Depois das 20h ainda está claro no horário de verão, então é possível fazer bom proveito do espaço”, diz o vereador. O projeto também dá o prazo de dois anos para que a prefeitura apresente um Projeto de Intervenção Urbana para a região e a criação de um conselho gestor do parque. A prefeitura agora deverá iniciar estudos de operacionalidade para a implantação do projeto, passando pela quantidade de tarefas que terão de ser absorvidas pela Companhia de Engenharia de Tráfego até a procura de parcerias com empresas que queiram promover atividades nos momentos em que os carros não circularão no espaço. O texto foi aprovado por votação simbólica, mas contou com bastante resistência de parlamentares. Os vereadores Fernando Holiday (DEM), Gilberto Natalini (PV), Soninha Francine (PPS), Sandra Tadeu (DEM), Caio Miranda (PSB), Janaína Lima (Novo), Gilson Barreto (PSDB), André Santos (PRB), João Jorge (PSDB), Davi Soares (DEM), Rinaldo Digilio (PRB) e Toninho Vespoli (PSOL) votaram contra. Os vereadores Eduardo Suplicy (PT) e Sâmia Bomfim (PSOL) se abstiveram.