SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O adiamento da votação da reforma para fevereiro é negativo para a nota de crédito do Brasil, disseram nesta quinta (14) as agências de classificação de risco Moody’s e Fitch. Ambas criticaram a mudança no calendário. Para a Moody’s, o adiamento indica falta de apoio à proposta e “aumenta a possibilidade de que a reforma não seja aprovada no ano que vem, dada a incerteza em torno das eleições”. “O adiamento fortalece as preocupações sobre a capacidade do governo para cumprir o teto de gastos e endereçar efetivamente as tendências fiscais adversas que têm gerado uma persistente deterioração do perfil de crédito do país nos últimos anos.” Na Moody’s, o Brasil tem rating Ba2, o que situa o país no grau especulativo. A perspectiva é negativa, o que significa que pode haver rebaixamento da nota. Já a Fitch afirma que o adiamento “evidencia os riscos de baixa que incorporamos em nossa perspectiva negativa para o rating ‘BB’ do Brasil” –também no grau especulativo. “A janela de oportunidade para uma reforma da Previdência significativa antes do ciclo eleitoral de 2018 está se estreitando, e atrasos adicionais ou diluições representam riscos à viabilidade do teto de gastos e à estabilidade da dívida no médio prazo, assim como trazem riscos potenciais à confiança do mercado e ao processo de recuperação que está em curso no curto prazo.”