Em fase de reconstrução após ser rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro, o Coritiba anunciou nesta sexta-feira o novo técnico, que vai ocupar a vaga deixada por Marcelo Oliveira após a campanha ruim neste ano. Trata-se de Sandro Forner, que comandou o time sub-20 nos últimos dois anos.

O técnico assume um dia depois de a nova diretoria tomar posse e iniciar o planejamento para o ano de 2018, no qual a nova gestão do clube já anunciou que serão necessárias medidas de austeridade, com redução drástica na folha salarial do clube.

Nesse sentido, Marcelo Oliveira era considerado um técnico caro, fora da realidade coxa-branca, além de não ter alcançado os resultados desejados na temporada de 2017 – tanto que o Coritiba retorna à Série B após sete anos na elite do futebol nacional.

Forner, então, logo surgiu como o favorito para assumir o cargo, dado o fato de já conhecer os jovens da base coritibana, que deverão ter mais espaços no time principal em 2018, e ser um profissional com salário muito mais baixo que o do técnico bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro e campeão da Copa do Brasil no Palmeiras. Além disso, Forner é identificado com o Coritiba, já que atuou pelo clube na década de 1990 e voltou a trabalhar com futebol justamente no Coritiba.

Antes de assumir o time sub-20, o novo comandante do profissional atuou como auxiliar da equipe sub-23. “Eu me preparei muito para esta oportunidade porque já estava esperando por este momento. A minha intenção era, de fato, começar em um time com a grandeza do Coritiba. Então, me sinto preparado e feliz pela confiança e tenho certeza que farei um bom trabalho aqui”, declarou ao site oficial.

Foco na garotada

Um dos principais motivos da aposta da nova diretoria coxa-branca em Sandro Forner é o fato do técnico já conhecer bem os atletas da base do clube. Com o time na Série B, o presidente Samir Namur já indicou que o futebol passará por uma grande reformulação. A expectativa é reduzir de aproximadamente R$ 4 milhões para cerca de R$ 1,5 milhão a folha salarial do clube, o que implicará a saída de jogadores mais caros e experientes, como Rildo, Alan Santos e Anderson.

A expectativa, então, é surprir as lacunas no elenco com jovens da base, como os meio-campistas Julio Rusch e Vitor Carvalho, os zagueiros Romércio e Thalisson Kelven e o atacante Gustavo Mosquito, que negocia a renovação de seu contrato com o Coxa, Segundo a diretoria, 30% do elenco, que terá no máximo 36 jopgadores, será formados por pratas-da-casa. Atualmente, o percentual é de 21%.

Histórico como jogador

Além do trabalho desenvolvido nas categorias de base do Coritiba, Sandro Forner também levou vantagem na concorrência com outros nomes especulados, como o de Cláudio Tencatti, por ter uma relação de longa data com o clube. Antes mesmo de se tornar membro da comissão técnica coxa-branca, o ex-zagueiro foi atleta do clube entre 1997 e 1999, somando ao todo 48 partidas (37 como titular e 11 como substituto), com três gols marcados. Deixou o Alto da Glória após ser negociado com o Fluminense.

Antes, Samir Namur já havia destacado que a diretoria desejava encontrar para o cargo alguém identificado com o clube. “A gente tem trabalhado com alguns nomes num perfil nosso, se possível com pessoas identificadas com o clube. Acho que o torcedor vai ter alguma surpresa com alguns nomes”, disse em entrevista ao Coxanautas.

Mais uma aposta “caseira”

Há de se destacar, ainda, que o Coritiba tem sido nas últimas temporadas o clube que mais tem apostado em treinadores jovens para comandar o time principal. Prova disso são as ascensções de Marquinhos Santos, que comandou o clube em duas ocasiões diferente, em 2012-2013 e 2014-2015, e Pachequinho, que assumiu como interino na reta final do Brasileirão de 2015 e não decepcionou, salvando o time do rebaixamento e ganhando novas oportunidades em 2016 e 2017, inclusive sagrando-se campeão Paranaense na atual temporada. Assim como Forner, os dois haviam treinado as categorias de base do clube antes de assumirem o time profissional.

Próximas novidades

Depois de definir o técnico, a diretoria coxa-branca trabalha para encontrar outro nome importante par ao futebol do clube: o gestor de futebol, que seria o responsável pela montagem do elenco em 2018 – ao longo da campanha, a chapa Coritiba do Futuro havia prometido que não teria um “homem forte do futebol” dentro do G5, com o gestor a ser contratado tendo total autonomia em sua função.

Alex Brasil, hoje funcionário do Verdão, já está descartado. René Simões, que trabalhou no clube em 2007 e 2009, teria sido procurado, mas afirmou ter recusado a proposta. Tcheco, ex-meia e auxiliar-técnico do Verdão, também foi cogitado, mas negou ter sido procurado. Ele exerceu no Paraná Clube uma função parecida com a qual o time do Alto da Glória procura, mas neste momento estaria determinado a iniciar a carreira como treinador. preterindo assumir outra função administrativa num clube de futebol.