GUSTAVO URIBE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Na tentativa de gerar um clima de otimismo após o adiamento da votação da reforma da Previdência, o presidente Michel Temer afirmou que conta com uma “compreensão oculta” dos partidos de oposição pela aprovação das mudanças.
Em discurso na posse do novo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, ele reconheceu que as mudanças na aposentadoria são uma “matéria dificílima”, mas que ajudará o próximo presidente, independentemente de quem seja.
“Naturalmente, devo dizer que acho que temos a compreensão, ainda que oculta, dos líderes da oposição. Essa não é uma questão de governo, é de Estado. Se você conserta o Estado hoje, serve para quem vier depois.”
Na sua primeira fala desde o adiamento, o presidente reconheceu que não conta hoje com os votos suficientes para aprovar a reforma.
“Vai ficar para fevereiro? Ótimo, porque aí contamos votos. Não queremos constranger deputados e senadores. Nós estamos contando 270 e 280 votos. Por isso, que se anunciou a transferência para fevereiro”, disse.
O projeto precisa do apoio de ao menos 308 deputados para ser aprovada.
Apesar de a proposta não ser bem avaliada pela população, como mostram pesquisas de opinião, Temer afirmou acreditar que os deputados governistas voltarão animados do recesso parlamentar, porque perceberão que “não há uma oposição feroz” à iniciativa em suas bases eleitorais.