Com a chegada do verão e períodos de férias, a Secretaria de Estado da Saúde alerta sobre o perigo de acidentes com animais aquáticos, como arraias e bagres. Esses animais possuem veneno nos ferrões que causam dores locais e pode gerar feridas de difícil cicatrização.

O cuidado principal é para pessoas que mergulham em lagos, rios ou mares no litoral do Estado, e para pescadores. O ferrão desses animais perfura a pele e causa dor imediata e inchaço, também pode evoluir para febre, sudorese, vômitos e, em casos mais graves, causar necrose ou uma infecção, explica o biólogo da Divisão de Zoonoses e Intoxicações, Emanuel Marques.

O biólogo orienta que, caso ocorra o acidente, a parte atingida pelo ferrão deve ser mergulhada em água quente (em temperatura suportável para a pele) de 30 a 90 minutos, pois o calor minimiza a ação do veneno e diminui a dor. Marques não recomenda nenhum outro tipo de tratamento caseiro.

Na verdade, a principal orientação é procurar a unidade de saúde mais próxima para realizar o tratamento adequado do ferimento e a retirada do ferrão, se necessário. Também, se possível, é recomendado levar o animal que causou o acidente ou alguma foto dele para facilitar o trabalho do profissional de saúde, complementa Marques.

Apesar de não existirem registros de óbitos por esse tipo de acidente, a falta de conhecimento dos médicos sobre a causa e, até mesmo, o relapso da vítima com a situação, pode causar o afastamento do trabalho com pesca e, até mesmo, sequelas permanentes.

CURSO – Para aumentar a sensibilização sobre o tema, nesta quarta-feira (13) mais de 20 profissionais de cinco municípios da 20ª Regional de Saúde – Toledo participaram da capacitação sobre a Vigilância de Acidentes causados por Peixes. Estavam reunidos médicos, enfermeiros e técnicos de endemias e vigilâncias ambientais de Diamante do Oeste, Entre Rios do Oeste, São José das Palmeiras, Santa Helena e Pato Bragado.

A região, na costa oeste do Estado, possui prainhas artificiais com grande movimentação de turistas devido às altas temperaturas. A capacitação foi a primeira do Estado, mas está sendo programada para acontecer em outras regionais ainda no verão. Nossa preocupação com acidentes com animais aquáticos é bem maior quando chegam os períodos de calor. O curso veio da necessidade de alertar nossos profissionais sobre o tema, fala o coordenador de Endemias da 20ª RS, Valter Baez.

SERVIÇO – Para casos como de acidentes com bagres e arraias, a Secretaria de Estado da Saúde também possui um serviço para orientação a profissionais de saúde e população em geral. O Centro de Controle de Envenenamentos do Paraná atende pelo telefone 0800 41 0148.